César Silva treinou Afonso Patrão e traça o perfil do ponta-de-lança que marcou o golo do empate em casa do Sporting. Já com 48 internacionalizações pelas camadas jovens e 14 golos, o avançado estreou-se a marcar na I Liga com apenas 18 anos. César Silva diz que Patrão “tem um perfil de jogador de futsal”.
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Afonso Patrão saltou do banco em Alvalade para marcar o golo do empate, que permitiu ao Braga a subida ao terceiro lugar do campeonato, agora sem a companhia do FC Porto. O avançado, que completou apenas 18 anos no passado dia 3 de fevereiro, estreou-se a marcar na I Liga, dando mais um passo no crescimento que há muito tem evidenciado.
Depois de já ter alinhado dois minutos contra o FC Porto e mais 19 diante do Arouca, o avançado entrou aos 83’ frente ao Sporting. César Silva treinou Afonso Patrão em 2021/22, nos Juniores C, e acredita que, mal entrou, o seu ex-jogador tenha sentido “alguma pressãozinha”, algo que terá passado rapidamente. “Por aquilo que conheço do Patrão e do seu perfil emocional, é um jogador que está talhado para os grandes jogos”, assegura, lembrando o que acontecia quando estavam juntos nas camadas jovens do Braga. “Quando tínhamos os jogos mais difíceis no campeonato, na fase de apuramento de campeão, com o FC Porto, Benfica e Sporting, era nesses duelos que ele aparecia e queria mostrar serviço”.
Apesar de Afonso Patrão ser muito jovem, César Silva garante que, “do ponto de vista mental, está preparado para o alto rendimento”. “O processo de integração está a ser bem-feito. Gradualmente tem aparecido, tem correspondido e agora fez um golo num jogo importantíssimo e mais mediático. Poderá ser algo catalisador para uma melhoria de rendimento e um à-vontade maior para os passos seguintes”, justifica o treinador, que esteve dez anos na formação dos arsenalistas, optando, esta época, por fazer um ano sabático por uma questão familiar, mas também por ser professor do ensino secundário.
Afonso Patrão também já tem uma longa ligação ao Braga. Contratado em 2019 para os sub-13, proveniente do Casa do Benfica Fafe, o avançado “sempre teve uma capacidade técnica acima da média”. “Tem um perfil um bocadinho de jogador de futsal, a relação com a bola, como consegue segurá-la de costas e muitas vezes pressionado. Consegue ser uma referência ofensiva pela capacidade que tem de segurar a bola e rodar, o que é muito importante para aquela posição”, descreve César Silva.
O antigo treinador bracarense continua a acompanhar o crescimento de Afonso Patrão e nota que “está muito mais móvel”. “Numa fase inicial era um jogador mais de referência, neste momento é um avançado mais completo, porque [ao longo dos tempos] jogou a extremo, mas também nas costas do ponta-de-lança”, recorda.