As competições onde irão decorrer estas iniciativas serão no campeonato de Elite Pró-Nacional, da AF Porto, e no Preferente Galicia Grupo 2º (Sur), do futebol galego
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A Associação de Futebol do Porto assinou, esta segunda-feira, na sua sede, um protocolo inovador com a Real Federación Galega de Fútbol. O acordo pretende promover intercâmbios de árbitros e árbitros assistentes entre as duas entidades, promovendo novas experiências e contribuindo para a formação contínua dos árbitros.
As competições onde irão decorrer estas iniciativas serão no campeonato de Elite Pró-Nacional, da AF Porto, e no Preferente Galicia Grupo 2º (Sur), do futebol galego.
O projeto de intercâmbio de árbitros assistentes deve arrancar no início de outubro. As equipas de arbitragem serão masculinas e também femininas e, adiantou José Manuel Neves, a associação que lidera contará, nesta primeira fase, com cerca de 70 equipas de arbitragem - um total de 200 árbitros, assistentes e quartos árbitros - e a federação galega com o mesmo número de agentes.
Além do presidente da AF Porto e de Rafael Louzán, presidente da Real Federación Galega de Futbol, também assinaram o protocolo, José Fontelas Gomes, presidente do Conselho de Arbitragem da FPF, e Luis Medina Cantalejo.
Declarações
José Manuel Neves, presidente da AF Porto: "O que fizemos com este protocolo é dar um passo rumo ao futuro para que os nossos árbitros das competições distritais estejam melhor preparados para enfrentar os desafios das provas nacionais. Estamos a trocar de árbitros para que os árbitros da Galiza e os nossos tenham mais preparação com o objetivo de o futebol sair mais dignificado."
"Esta iniciativa partiu da Associação de Futebol do Porto, desafiando a congénere galega em março na Copa Galecia, em Braga. Ficámos em conversações durante algum tempo, obrigou á intervenção das duas federações nacionais que primeiro homologaram o protocolo entre elas para que hoje possamos estar aqui hoje a subscrever o protocolo onde vão também intervir as duas federações."
O projeto de intercâmbio de árbitros assistentes deve arrancar no início de outubro. As equipas de arbitragem serão masculinas e também femininas e, adiantou José Manuel Neves, a associação que lidera contará, nesta primeira fase, com cerca de 70 equipas de arbitragem - um total de 200 árbitros, assistentes e quartos árbitros - e a federação galega com o mesmo número de agentes.
Rafael Louzán, Presidente da Real Federação Galega de Futebol: "Quero começar por agradecer a José Manuel Neves, porque foi o grande impulsionador deste protocolo histórico. É a primeira vez que se assiste a um protocolo entre dois países, fora do âmbito da UEFA e da FIFA, que vai permitir que Árbitros de Portugal e Galiza possam ser intercambiados a curto prazo. Foram ultrapassadas várias questões administrativas, de modo a antecipar todo o tipo de situações para que este protocolo funcione da melhor maneira. Estamos satisfeitos com este acordo que vamos assinar, embora esta não seja a primeira iniciativa entre a Associação de Futebol do Porto e a da Galiza, nomeadamente com o troféu Galécia, que se disputa todos os anos. A Galiza tem mais de 1500 árbitros, em Portugal são cerca de mil, numa área geográfica de quase 5 milhões de habitantes, pelo que acredito que esta iniciativa vá funcionar muito bem e contribua para a formação de árbitros de Portugal e da Galiza.
Vamos avaliar a forma como decorrer este intercâmbio para num segundo tempo alargarmos esta iniciativa a outras associações dos dois países. Este protocolo está aprovado pela Federação Portuguesa de Futebol e pela Real Federação Espanhola de Futebol, através dos seus máximos responsáveis. Esperamos que sirva para aumentar o número de membros da família de árbitros, que também não são suficientes em Espanha. Deixo já aqui um convite para que mais jovens se juntem a nós, porque esta é uma família que queremos ampliar".
Luis Medina Cantalejo, Presidente do Comité de árbitros da Real Federação Galega de Futebol: "É uma oportunidade para aprender, para crescer e para melhorar a arbitragem, porque se arbitragem melhora, também melhora o futebol. É uma maneira de intercambiar experiências entre árbitros jovens para conhecer outro futebol. É uma experiência pioneira, que creio vai dar bons resultados e poderá vir a proporcionar um intercâmbio com outras partes de Espanha e do estrangeiro.
"Temos em Espanha uma relação laboral de exclusividade com a Liga, onde há exclusividade com os árbitros para apitar apenas em Espanha e pontualmente em jogos na Arábia Saudita. No futuro, poderá pensar-se um pouco mais além, podendo haver um intercâmbio na I Divisão entre árbitros portugueses e espanhóis. Para já, não é viável porque não se colocou em cima da mesa."
José Fontelas Gomes, Presidente do Conselho de Arbitragem da FPF: "Já fizemos protocolos com França e com Chipre, mais para a II Liga. Esta ideia com Espanha é mais abrangente, são todos os campeonatos do futebol não profissional, a ideia é proporcionarmos a experiência de apitar no estrangeiro a árbitros mais jovens e mais cedo para que cresçam com uma experiência diferente. Tudo isto pode ser importante para o crescimento dos árbitros.
Acredita que o comportamento do público possa melhorar?
"Penso que melhora sempre, vimos isso com os árbitros franceses que foram aplaudidos na primeira vez que vieram cá e pode ajudar a melhorar o ambiente. A AF Porto é a primeira no protocolo que assinamos com Espanha a 7 de julho a dar a experiência aos seus árbitros. A nossa ideia é que este intercâmbio possa trazer algo de positivo para pressionarmos um bocadinho a sua experiência e crescimento".