Portistas ouvidos por O JOGO julgam que o arranque de campanha foi morno e pretendem mais esclarecimentos das listas.
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A duas semanas das eleições com mais candidatos desde que Pinto da Costa assumiu a presidência, as dúvidas superam amplamente as certezas dos portistas sobre os projetos que as listas concorrentes têm para o próximo quadriénio.
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O arranque da campanha eleitoral foi mais morno do que os adeptos ouvidos por O JOGO esperavam e a dificuldade para realizar ações com outro mediatismo, motivadas pelas normas de segurança impostas pelas autoridades de saúde, dificulta a passagem da mensagem. "É um acontecimento que parece que não está a acontecer", nota o escritor Álvaro Magalhães, colunista do nosso jornal. "É positivo existirem três candidatos, mas não conheço bem os programas", admite o escritor Carlos Tê e também colunista n'O JOGO.
"Estou muito desiludido. Há um défice de debate e de alternativa ao modelo de continuidade", lamenta o político Carlos Abreu Amorim. "Ainda se sabe muito pouco. Julgo que nos próximos tempos esse trabalho [apresentação de propostas] será feito, porque, sem essa perceção, é difícil fazer escolhas", sustenta o músico e advogado Miguel Guedes.
Maioria conhece pouco dos projetos apresentados até ao momento. O modelo de investimento, o naming das infraestruturas e a hipótese de entrar um investidor estrangeiro são temas que requerem debate
Entre os variados temas que os adeptos gostavam de ver discutidos, um merece especial atenção: a sustentabilidade financeira do FC Porto. "Nada pode ser mais importante que essa questão; é absolutamente central", vinca Carlos Tê. "Gostava de ver promessas que descansassem as pessoas em relação à angústia de as coisas poderem dar para o torto, porque atingiu níveis preocupantes. Queria alternativas e soluções", indica Álvaro Magalhães.
"Se fosse uma empresa privada, sujeita às regras de todas as outras, a sobrevivência económica do FC Porto estaria ameaçada por esta gestão verdadeiramente ruinosa, de que o não pagamento do empréstimo obrigacionista aos que há três anos confiaram no clube é apenas um dos muitos reflexos. Espero que esta ruinosa gestão financeira e económica não venha a ter efeitos na parte desportiva e que exista um plano B que permita aos sócios e adeptos estar minimamente sossegados a esse respeito", deseja Carlos Abreu Amorim, enquanto Miguel Guedes enumera outros pontos que considera igualmente importantes:
"Deverá ter-se uma discussão muito séria sobre o crescimento do clube desde as camadas jovens nas várias modalidades, sobre o modelo de investimento e o capital acionista do clube e da SAD nos tempos mais próximos, o naming do estádio e do pavilhão e é importante que os candidatos digam ao que vêm, ou seja, se equacionam ou não a entrada de investidores estrangeiros e que o clube possa perder a maioria do capital na SAD", sublinha.