Miguel Guedes, Carlos Tê e Álvaro Magalhães esperam ver a equipa com outra atitude na partida dos dragões contra o Estoril, no sábado. Episódio que visou família de Conceição considerado "inaceitável".
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Todas as equipas têm direito a passar por noites menos boas, mas, no caso do FC Porto diante do Brugge (0-4), foi a "quebra na atitude habitual" que mais impressionou o universo azul e branco pela negativa.
"Há muito que não via bolas bombeadas pelos centrais para a frente"
"Foi um jogo insólito e o FC Porto simplesmente não esteve lá. Há apagões momentâneos de equipas consideradas favoritas, mas é raro assistir a um apagão de 90 minutos", sublinhou, a O JOGO, Miguel Guedes, que considera "inaceitável" o baixo número de faltas cometidas (oito), um dado que Álvaro Magalhães também frisa: "Faltou empenho e aquela agressividade positiva. A estratégia de Sérgio Conceição, que até costuma ser certeira, também foi ineficaz, porque a equipa não carburou."
Carlos Tê, por sua vez, teme que o desaire com o campeão belga seja indicador de "alguma falta de andamento". "Há muito tempo que não via bolas bombeadas pelos centrais para a frente de ataque, o que representa a falência de ideias. Faltou quem pegasse no jogo", afiançou.
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Contra o Estoril, no sábado, será imperativo reagir "à altura", até para evitar que o mal se prolongue. "Vem aí uma pausa para seleções e o pior que podia acontecer era ficar a mastigar dois resultados negativos durante duas semanas", alertou Miguel Guedes, que se une aos outros dois ilustres adeptos na condenação ao apedrejamento à viatura onde seguiam a esposa e os filhos de Sérgio Conceição. "Por muita frustração que haja, se há alguém a quem os adeptos têm de estar gratos é ao treinador", observou Carlos Tê sobre um episódio que Álvaro Magalhães rotulou de "inaceitável e tremendamente injusto".
Miguel Guedes, músico - "É fundamental vencer o Estoril e, sobretudo, mostrar uma atitude diferente"
"Independentemente de o Brugge ser uma equipa mais competente do que aquilo que muitos querem fazer crer, o FC Porto não esteve em jogo. O baixo número de faltas cometidas [oito] é inaceitável. É evidente que foi uma noite má, mas já tínhamos assistido a avisos em jogos anteriores, que indicavam alguma fragilidade defensiva e incapacidade da equipa em adaptar-se. É fundamental vencer o Estoril e, sobretudo, mostrar uma atitude diferente, porque vem aí uma pausa para seleções e o pior que pode acontecer é ficar a mastigar dois resultados negativos durante duas semanas."
Carlos Tê, letrista - "Há muito que não via bolas bombeadas pelos centrais para a frente"
"Numa competição destas, os erros e a falta de qualidade pagam-se caro e na terça-feira foi demasiado mau para ser verdade. Se calhar, ficou demonstrada alguma falta de andamento para jogos deste nível. Há muito tempo que não via bolas bombeadas pelos centrais, no caso o Pepe e o Carmo, para a frente de ataque. Não sei se foi uma ordem saída do banco ou se foi desespero dos jogadores. Seja como for, representa a falência de ideias. Faltou quem pegasse no jogo. Gostava de ver uma reação positiva contra o Estoril, mas acredito que haja dúvidas na cabeça dos jogadores."
Álvaro Magalhães, escritor - "A equipa não carburou, faltou atitude, empenho e agressividade positiva"
"A derrota foi uma mistura de vários fatores. A atitude dos jogadores foi diferente da habitual, basta olhar ao número de faltas que fizeram. Faltou atitude, empenho e aquela agressividade positiva que se associa ao FC Porto. A estratégia de Sérgio Conceição, que até costuma ser certeira, também foi ineficaz, porque a equipa não carburou. Se recebe os louros quando as coisas funcionam, também pode ser responsabilizado quando isso não acontece. Mas podemos ir a uma explicação mais profunda: a equipa perdeu alguns dos melhores jogadores e essa quebra vê-se nos jogos europeus."
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