Sousa Cintra, Quim Berto, Nélson e Baltazar acreditam que tudo continua em aberto na Liga. Conhecidos sportinguistas confiam na capacidade de Rui Borges e da equipa para alcançar o bicampeonato, que foge há 70 anos. Antigo presidente lamenta saída de Amorim e deixa elogios a Gyokeres.
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Com o empate frente ao Braga, o Sporting perdeu a liderança do campeonato para o Benfica, quando faltam jogar apenas seis jornadas da Liga portuguesa. As sirenes tocaram em Alvalade, até porque os leões tinham o bicampeonato, que foge há 70 anos, bem encaminhado, até que Rúben Amorim decidiu rumar ao Manchester United. Os verdes e brancos estão, agora, a dois pontos do líder e ainda têm de ir à Luz na penúltima jornada.
O momento é delicado e, por isso, O JOGO falou com conhecidos adeptos sportinguistas, que mantêm a confiança no título.
“Claro que pode, deve, e na minha opinião vai chegar ao bicampeonato. Os sportinguistas nunca perdem a esperança, a esperança é a última coisa que se perde na vida. O Sporting perdeu, de facto, a liderança, não é uma coisa justa, mas não marcou… Temos na minha opinião, o melhor avançado que já passou pelo futebol português. O homem é um fora de série, é um tanque, é um grande jogador. Enquanto ele estiver no Sporting, o Sporting vai ser campeão, isto é a minha opinião. Agora, vamos ver, certamente na próxima já não estará cá, é a vida”, diz-nos Sousa Cintra, antigo presidente dos leões. “O Sporting é perfeitamente capaz de ser campeão. Não mudou nada por causa de um empate. Se quiser falar na última jornada, depois de vencermos o Benfica…”, afirma Pedro Baltazar, antigo candidato à presidência do clube. Quim Berto, antigo jogador dos verdes e brancos, acredita que o dérbi vai ser decisivo. “O Sporting só depende de si. Porque, independentemente dos jogos que faltam para realizar, acho que o jogo Benfica-Sporting vai decidir o campeonato.” “Continua tudo em aberto, sinceramente”, defende Nélson, ex-guarda-redes dos leões.
Confiança, mas também alguma preocupação
Mas então o que se passa com o Sporting, de Rui Borges, que já perdeu oito pontos em quatro jogos, onde chegou a estar a vencer? Os quatro adeptos leoninos acreditam que as mudanças de treinador não ajudaram a equipa, que caminhava a passos largos para o bicampeonato. “Há uma metodologia, do Rúben Amorim, que esteve durante anos no Sporting, os jogadores escolhidos por ele. Tenho a perfeita noção que os jogadores querem ganhar o campeonato nacional, que é o mais importante. Os adversários, especialmente o Benfica, são fortes. Reforçou-se em janeiro. A única coisa que se poderia dizer é que, talvez, o Sporting se poderia ter reforçado de uma outra forma em janeiro”, lamenta Baltazar. “Os treinadores às vezes precisam de tempo para conhecer os jogadores, a equipa. Nós estávamos habituados ao grande treinador que passou pelo Sporting, que foi para Inglaterra, o Rúben Amorim, que era um fora de série. Os jogadores estavam já familiarizados com ele, em termos táticos. Agora temos um novo treinador, ele teve de se adaptar. Neste momento temos de estar todos unidos”, apela Sousa Cintra.
“A equipa do Rúben tinha a dinâmica sempre de ir buscar o resultado. Ou seja, estava a vencer por um zero e ia buscar o segundo. Estava a vencer por dois e ia buscar o terceiro. E assim sucessivamente. E assim é que se consegue fazer uma equipa com uma dinâmica de vitória que é difícil de parar. No Sporting, com o Rui Borges, às vezes parece que a equipa está a vencer por um zero e fica confortável. Ou seja, que não precisa de ir atrás do resultado. E isso paga-se caro”, atira Nélson.
Já Quim Berto é um pouco mais otimista e não esquece o trabalho que Rui Borges tem vindo a realizar desde que chegou a Alvalade. “Há que dar mérito, até por tudo aquilo que o Rui tem feito, e por, acima de tudo, ainda manter o Sporting na luta pelo título, porque depois da saída do Rúben, vi a coisa a ficar muito feia para o lado do Sporting”, contextualizou.
Em declarações a O JOGO, Sousa Cintra deixou ainda críticas às arbitragens dos jogos do Sporting. “O Sporting é o clube português que mais tem sido prejudicado pelas arbitragens. É sempre assim, o Sporting não quer favores, quer verdade no desporto, mas eu não quero falar muito nisso, não vale a pena. Vale a pena é perceber o que se passou, porque não ganhámos, essas leituras todas são com o treinador, com os jogadores. É preciso assumir a responsabilidade, que é de todos”, aproveitando a oportunidade para deixar um apelo aos sportinguistas. “Temos de estar unidos, os jogadores também, para atingirmos os nossos objetivos. Não podemos ficar piores, não podemos perder mais jogos, agora perdemos dois pontos, que são preciosos para nós”, afirmou o ex-presidente do Sporting, entre 1989 e 1995.