Adeptos interferiram pela segunda vez no decurso normal de um jogo por arremesso de objetos, mas só agora excedeu os 2".
Corpo do artigo
O arremesso de artefactos pirotécnicos para o relvado, que obrigou a quatro paragens de vários minutos do tempo de jogo durante o último Sporting-FC Porto, para a Liga Bwin, tinha já tido um precedente parecido na corrente temporada, mas a interrupção foi de apenas segundos.
Esse pormenor é importante, pois se fosse a segunda vez que a paragem fosse de período superior a dois minutos deixaria o clube "à bica" para uma possível interdição em caso de repetição.
Segundo o Artigo 183.º deste regulamento, "em caso de reincidência, o clube infrator é punido com a sanção de multa de montante a fixar entre o mínimo de 100 UC [unidades de conta, com cada uma a valer 102 euros] e o máximo de 200 UC", enquanto se o fizer pela primeira vez (arremesso de objetos com interrupção do jogo por período superior a dois minutos) a multa se estabelece entre 50 e as 100 UC (ou seja, entre 5100 e 10200 euros).
No caso de uma terceira vez, o clube "é punido com a sanção de realização de jogos à porta fechada a fixar entre o mínimo de um e o máximo de três jogos e, acessoriamente, com a multa de montante a fixar entre o mínimo de 100 UC e o máximo de 200 UC".
A primeira situação do género esta época ocorreu a 28 de novembro quando, na receção ao Tondela, uma tocha arremessada das bancadas caiu na área da equipa adversária. "O jogo estava interrompido para a execução de um lançamento de linha lateral, que foi retardado uns segundos, de modo a que a mesma (a tocha) fosse retirada por um bombeiro", pode ler-se no comunicado divulgado a propósito pelo Conselho de Disciplina (CD) da FPF.
Noutros jogos desta época houve objetos lançados por adeptos do Sporting que caíram dentro do terreno de jogo, mas nenhum outro provocou a interrupção da partida, de acordo com a pesquisa efetuada por O JOGO no rol de comunicados já esta temporada emitidos pelo CD da FPF.
O Sporting já se manifestou no passado aludindo a possíveis sanções dessa gravidade e pedindo contenção aos adeptos, que esta época já geraram despesa em multas acima dos 200 mil euros.
PSP identificou os prevaricadores
Através do visionamento de filmagens das bancadas durante o Sporting-FC Porto, a PSP identificou os adeptos leoninos que arremessaram tochas e potes de fumo para o terreno de jogo, o que pode vir desde logo a impedir os mesmos de entrar em recintos desportivos, enquanto aguardam a conclusão do processo a ser aberto pela Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto. À luz da lei, os mesmos podem ser proibidos de entrar em recintos desportivos durante 24 meses e obrigados a pagar uma coima entre mil e dez mil euros.