Francisco Saldanha vai para a segunda temporada na Trofa e agradece a quem lhe deu a mão quando estava sem perspetivas de jogar
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Francisco Saldanha foi o responsável pelos primeiros três pontos conquistados pelo Trofense, na Série A da Liga 3. O central e médio-defensivo marcou o único golo que deu o triunfo diante do Vilaverdense, na terceira jornada da prova, ainda que a vocação “não seja muito de marcar golos”. “Fico feliz por tê-lo feito. Nos primeiros 25 minutos entrámos muito fortes no jogo, pressionantes, não deixámos o Vilaverdense ter bola, criámos várias oportunidades e conseguimos chegar ao golo. Tentámos fazer o mesmo que noutros jogos, só que neste houve eficácia e conseguimos os três pontos”, analisou.
Contratado pelo emblema da Trofa a meio da época passada, Saldanha está agradecido ao clube que lhe deu a mão quando estava sem jogar. “No ano passado achei que não iria arranjar clube, mas o Trofense deu-me a mão e a possibilidade de jogar na Liga 3. Este ano optei por dar esse voto de confiança ao Trofense e achei que o melhor para mim e para o meu futuro era continuar”, explicou a O JOGO. Natural de Famalicão, começou por jogar no Ronfe mas cedo se mudou para o V. Guimarães. Depois disso, deu o salto para o Benfica, quando era sub-15, e no Seixal partilhou o balneário com nomes como João Félix, Gonçalo Ramos, Tiago Dantas, Florentino Luís e Alexandre Penetra. Em 2020/21, viajou com Penetra do Benfica para o Famalicão, porém, nunca passou dos sub-23. Rúben Dias é “uma referência”, embora Saldanha, de 23 anos, goste mais de atuar no meio-campo. “A minha posição favorita é médio-defensivo, mas sinto-me confortável como central, onde fiz toda a carreira e onde tenho jogado mais”, justificou.
Voltando ao coletivo, Saldanha fala de um Trofense com “objetivos diferentes” relativamente a 2023/24. “No ano passado ficámos um bocado aquém do que estávamos à espera. Infelizmente, começámos com problemas no clube, no início da pré-época, que entretanto já se resolveram, e este ano já estamos com uma estrutura e objetivos diferentes. Temos de pensar jogo a jogo, pensar já no próximo, que é o mais importante, e depois vamos fazendo contas. Houve mexidas neste plantel, mas entrou muita gente de qualidade”, constata. “O campeonato está muito equilibrado, as equipas apostaram muito e será difícil dizer quem serão os principais candidatos”, aponta. Comandado por Nuno Manta, o central gosta das ideias do treinador. “Pede para termos bola, para sermos uma equipa pressionante, com boa reação à perda. Queremos fazer mais recuperações no meio-campo rival e temos feito maior pressão”, referiu.
Frustrante passagem pelo “Fama”
Jogar no V. Guimarães marcou Francisco Saldanha pela “crença e ambição” do clube. À experiência nos vitorianos seguiu-se o Benfica, a partir dos sub-15 e até terminar o percurso de formação. “Foi onde achei que cresci mais. Estamos a falar de um clube enorme e com uma estrutura espetacular”, refere. A transferência para o Famalicão acabou por ficar aquém das expectativas, já que a utilização se cingiu aos sub-23. “No Famalicão achei que evolui, mas as coisas não correram como esperava. Ao dar um passo atrás posso estar a dar dois à frente”, opina.