Piccini, ex-jogador do Sporting, testemunho no julgamento do processo do ataque à Academia e recordou a postura do antigo presidente leonino.
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O futebolista italiano Cristiano Piccini considerou esta quarta-feira em tribunal que os invasores da academia do Sporting tinham alvos específicos e admitiu ter estranhado a calma do presidente Bruno de Carvalho numa reunião, na véspera, com os jogadores.
"Eles queriam o William Carvalho, o Rui Patrício, o Battaglia e o Acuña", disse Piccini, na 23.ª sessão do julgamento da invasão da Academia, acrescentando: "Por mais do que uma vez, estive cara a cara com um dos mascarados e ele não me fez nada".
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Piccini, que agora alinha nos espanhóis do Valência, referiu que as pessoas que entraram "mascaradas e com bengalas" no balneário "não tinham qualquer intenção de falar, e começaram logo a insultar e a bater". O defesa confirmou uma reunião do plantel com o então presidente Bruno de Carvalho, um dia depois da derrota com o Marítimo (2-1), na qual Bruno de Carvalho "estava muito tranquilo":
"A reunião com o presidente centrou-se muito no que se tinha passado na Madeira [insultos aos jogadores e troca de palavras entre jogadores e adeptos]. Achei que o presidente estava muito tranquilo, sobretudo tendo em conta outros comportamentos anteriores", afirmou o jogador, ouvido por videoconferência, no tribunal de Monsanto.
Piccini explicou que o treinador Jorge Jesus "deu folga nos dias 14 e 15 de maio, mas que, depois, disse que não haveria folga a 15", admitindo que "não era habitual ter dois dias de folga". No entanto, o italiano disse compreender a decisão inicial de dar dois dias de folga "tendo em conta a derrota na Madeira [que afastou o Sporting do segundo lugar da Liga e da Liga dos Campeões], que afetou muito os jogadores".
Piccini, que deixou o Sporting no final de época 2017/2018, acrescentou ter-se "sentido muito inseguro", não só por ele, mas também pela família, e admitiu que "estava ansioso para que a época terminasse para ir de férias".