Em causa a intervenção de Francisco Vieira de Carvalho, vereador do PS da Câmara Municipal da Maia
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João Rafael Koehler, membro da lista de Pinto da Costa candidata às eleições do FC Porto, no dia 27 de abril, emitiu um comunicado, reagindo à intervenção de Francisco Vieira de Carvalho, vereador do PS da Câmara da Maia, e anunciando o recurso aos tribunais, à semelhança do que Pedro Pinho já tinha feito.
"O Senhor Francisco Vieira de Carvalho, vereador da Câmara Municipal da Maia, segundo a imprensa, fez hoje gala em comentar, em reunião camarária, que terrenos que eventualmente poderão ser alocados à Academia do Futebol Clube do Porto, foram adquiridos, entre outros, por 'João Koehler, que, pelos vistos, também estará no negócio'. É completamente falso que os terrenos que espero que sejam alocados à Academia do Futebol Clube do Porto tenham sido adquiridos por mim", pode ler-se.
"Nunca eu nem qualquer empresa, detida e/ou gerida por mim, teve qualquer interesse económico nessa operação. Desconheço em absoluto os trâmites da mesma, e, por isso, dada a falsidade e gravidade daquelas afirmações, vou intentar a respetiva participação criminal com pedido de indemnização cível contra a pessoa em causa. Não pode valer tudo, nem na política, nem no futebol. Lamento que existam agora portistas que fazem gala em dizer mal de outros portistas, num lamentável processo de destruição do clube e de tudo o que de bom se conseguiu até agora", completou.
Recorde-se que a Câmara da Maia aprovou a venda, em hasta pública, pelo valor base de 3,36 milhões de euros, dos terrenos para a academia do FC Porto. A decisão que tem de ser agora ratificada em Assembleia Municipal, agendada para 25 de março, atira o término do período para apresentação de ofertas para a semana anterior às eleições no FC Porto, marcadas para 27 abril.
Recorde o que disse Francisco Vieira de Carvalho:
“Como as notícias agora são muitas, fala-se que o FC Porto começou as obras, que é dono de vários espaços já. Já terá comprado 90 e tal mil metros quadrados. Ao que eu ouvi, é tudo uma história, porque, quem de facto comprou, foi um empresa de Braga que se chama ABB. Foi quem comprou os tais hectares que o FC Porto diz que são dele. Ou seja, não sabemos bem quem é o dono de quê ou quem fica com o quê. Está perfeito lúcido para todos que o uso vai ser da FC Porto SAD, pelo menos é isso que é público, agora, quem vai ser o dono, quem faz a construção ou quem arrenda ao público, pelo que tenho visto e é público, não é o FC Porto que faz, são pessoas externas. Nomeadamente, pelo que tem sido visto na Imprensa e pelas pessoas que estão em cima desta compra, é a empresa ABB, de Braga, de Gaspar Borges, embora tenha comprado com uma empresa de imóveis que se chama Irmãos Borges 2, por acaso tenho o registo em minha posse disto. Portanto, tudo aquilo que andam a dizer que as máquinas já entraram é confuso para nós enquanto autarca, porque depois vou lá aos sítios porque não corresponde", referiu.
"Sei que há duas pessoas, gestores, de quem nada tenho contra, que estão envolvidos neste processo. Um é o novo candidato a 'vice' do FC Porto, João Koehler, que é um distinto gestor da praça do Porto, estará metido neste negócio. Se for comprado por alguém que faça a obra e depois arrenda ao FC Porto por um preço alto, estamos aqui a ver negócios da China. Depois, há um outro empresário que tem estado aqui muito ativo, também muito conhecido junto do Porto, que é o Pedro Pinho, que também, pelos vistos, estará aqui com o [Gaspar] Borges e com o Koehler em conjunto, para que isto seja feito. Ao fim deste tempo e quando isto vai a hasta pública, que vai ter apenas um uso, porque é uma pessoa só que tem interesse nisto, que é o FC Porto, vemos que o FC Porto é que vai usar, mas existe um negócio antes disso, que é a compra desses imóveis, que já foram comprados pela empresa Borges, que depois assume a obra. Como sabem, a empresa ABB é que fez o centro de estagio em Braga e que, pelos vistos, a ideia é algo do género para a Maia. É uma questão que importa ver, porque as notícias são muitas e confunde os autarcas e o povo da Maia, a quem devemos, que querem saber como é que isto está", disse ainda.