O Ajax é habitualmente um dos concorrentes dos leões no que diz respeito à quantidade de jogadores da cantera que estão nos clubes do top-5, mas nesta altura está um pouco aquém dos leões.
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Vinte anos depois de ter sido inaugurada, no dia 21 de junho de 2002, a Academia Cristiano Ronaldo é hoje, ao nível da formação, uma das maiores fontes de alimentação das principais ligas europeias. Segundo as contas de O JOGO, são 26 os jogadores que, tendo estado pelo menos três anos de formação naquele espaço, vão na próxima temporada competir em equipas das principais ligas de Inglaterra, Espanha, Itália, França e Alemanha.
Um contingente que, na Europa, não tem paralelo em nenhum emblema que não pertença aos países citados. Ou seja, excluindo clubes ingleses, espanhóis, italianos, alemães ou franceses, não há outro que tenha tantos futebolistas a participar nesse lote de competições. Segundo as contas de O JOGO, nas mesmas condições do Sporting, apenas o Ajax se aproxima, com 18 jogadores nessas provas após um mínimo de três épocas de formação nas escolas do clube.
Este é um dos maiores trunfos de uma instituição que tem tido também larga representatividade na seleção portuguesa, por exemplo. Na última convocatória para a Liga das Nações, eram sete os jogadores com pelo menos três épocas na Academia (desde o ano da inauguração): Rui Patrício, Domingos Duarte, Nuno Mendes, Palhinha, William Carvalho, João Moutinho e Rafael Leão. Da formação do Sporting também estavam no grupo Cristiano Ronaldo (apenas um ano nesta Academia) e Matheus Nunes (época e meia).
Quanto a transferências, foram já mais de 300 milhões de euros angariados pelo clube em jogadores formados naquela casa, o que supera em mais de dez vezes o valor que a SAD pagou ao clube (23,6 milhões de euros), em 2010, para passar a ser legítima proprietária do espaço que foi o primeiro, nesse mesmo ano, a receber o certificado de qualidade.
Atualmente, são oito as equipas do clube lisboeta que ali trabalham, em seis campos de relva natural e dois de piso sintético. O Estádio Aurélio Pereira, com capacidade para mil espectadores, serve de anfitrião em várias competições da formação e do futebol feminino.
Três perguntas a Daniel Carriço, produto da formação do Sporting:
Que importância teve para si a etapa de formação cumprida no espaço da Academia Sporting, inaugurada no dia 21 de junho de 2002? "Antes de ter sido inaugurada a Academia, as condições de treinos que tínhamos não eram as melhores. Nesse sentido, foi dado um passo de gigante com a ida para Alcochete, com todas as excelentes condições de treino que passámos a ter".
Para o futebol português, qual a relevância? "Foi um passo muito importante na história da formação em Portugal. Nestes vinte anos ficou demonstrada a importância que a Academia teve na evolução de muitos jogadores, se olharmos a todos aqueles que entretanto singraram. Foi bastante importante para todos termos passado a ter acesso a um tipo de condições que não tínhamos até então".
Que principais memórias guarda daquele espaço? O que mais o marcou? "A principal memória foi a do primeiro impacto, que foi brutal. Estávamos habituados a treinar em vários campos pelados nos arredores de Lisboa e, depois, chegámos ali e passámos a ter campos de relva natural para treinar, ginásio, piscina e toda uma série de outras infraestruturas. Tudo do bom e do melhor. Foram anos muito bons e com excelentes resultados logo de início, ao conquistarmos o título de campeão português em todos os escalões, dos iniciados aos juniores, passando pelos juvenis".
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