Treinador do Braga fez as contas às oportunidades criadas pela equipa no empate (1-1) na segunda mão da meia-final da Taça de Portugal com o FC Porto e concluiu que davam para, "pelo menos, o mesmo resultado" do campeão em título no Dragão (3-0).
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Boa entrada: "Conseguiu fazer dois golos na primeira parte, é verdade. Tenho de valorizar o carácter destes jogadores, a qualidade da nossa equipa: 14 remates, sete oportunidades de golo e depois, nos pormenores, a eficácia faz a diferença. Tenho vindo a dizer que temos de fazer um caminho, e estamos a atravessá-lo. Por mim, jogava todos os fins-de-semana com os melhores, que nos põem à prova. Agora, temos de perceber que esta equipa tem vindo a crescer, a todos os níveis, quer na qualidade de jogo quer na identidade. A verdade é que, dos três que estão à frente, a que mais mexeu, sobretudo no motor, foi o Braga, esta é a grande verdade, e hoje, mais uma vez, ficou aqui bem evidente que os jogadores têm todos instalado o plano mental do jogo. Isso ficou bem evidente, aqui, contra um FC Porto que é grande jogue com quem jogar, mas, infelizmente, hoje, o que ditou a diferença foi a finalização."
Superioridade: Mas, isto foi um jogo a duas mãos. Há que reconhecer que o nosso adversário, que é só o campeão em título e nos ganhou na primeira mão, aí foi claramente superior. Hoje, fomos nós claramente superiores e muito honestamente, criámos oportunidades para, pelo menos, fazermos o mesmo resultado que o FC Porto fez lá. Mas, volto a referir, a eficácia conta e nós hoje não fomos eficazes nem felizes. Ainda agora, um lance do Palhinha para, pelo menos, levar a vitória, bateu, salvo erro, no pé do Danilo e foi para canto."
Ambição: "Vou para casa com a consciência de que fizemos tudo, de que esta equipa sabe aquilo que faz. Desde que estou aqui no Braga, prometi valorizar o espectáculo, qualidade de jogo, e esta equipa, versátil como é, joga em qualquer sistema que lhe peça. Hoje, jogámos com um sistema diferente e eles interpretam-nos porque sabem ler o jogo, os espaços, o tempo, sabendo que cada jogo é único e irrepetível, mas, volto a referir: hoje, fomos melhores, perante um grande adversário. Vamos olhar sempre para cada jogo da mesma forma, ver o que nos pode ensinar. O que vou exigir aos jogadores é esta qualidade de jogo, esta atitude, porque, seguramente, se jogarmos bem estaremos mais próximos de ganhar."
Golo anulado: "Fico com a ideia de que fizemos um grande jogo, de que crescemos a cada dia que passa, de que este é o caminho que o Braga tem de fazer para continuarmos a crescer. É acreditar no processo, nas pessoas, nos jogadores, no staff, no público que aqui esteve, não no número que gostávamos, no entanto, somos poucos, mas somos bons e contamos com os que estão."
Adeptos: "Quero aqui dar uma palavra de apreço aos adeptos. Nós gostamos de nos sentir apoiados e foi o que sentimos. Os que estão aqui são os verdadeiros, são aqueles com quem contamos e vamos continuar a nossa luta."
Treinadores em risco: "Vou falar de mim [expulso na última jornada e multado pelo CD]. Foi o que já disse, o árbitro Jorge Sousa veio a correr da direção da baliza para o nosso banco a dizer que não havia bolas e eu fui muito claro no que disse. Saí e disse que eu também queria ganhar o jogo. Foram essas as declarações, mas eu respeito sempre a atitude dos árbitros. O juiz é que manda. Agora, entendo que todos os intervenientes no espectáculo que é o futebol têm de ter atenção, sensibilidade. Hoje, fiquei no banco porque, sinceramente, se ficasse de fora, seria muito injusto, porque, de facto, não disse nada a não ser que, apesar de jogar com um grande, o Braga também queria ganhar o jogo. Foi só isso."