Manafá deve assumir a vaga de Alex Telles (castigado) na receção ao Santa Clara, ao qual marcou na época passada pelo Portimonense cumprindo as funções de... lateral canhoto
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Manafá tem sido uma espécie de canivete suíço para Sérgio Conceição e, amanhã, com o Santa Clara, deverá ocupar a terceira posição diferente esta temporada.
Nos quatro jogos que leva, Manafá fez dois como lateral-direito e outros tantos como ala-esquerdo
O castigo de um jogo aplicado a Alex Telles, na sequência do vermelho visto em Portimão, abre a porta ao regresso do português ao lado esquerdo da defesa, depois de ter iniciado 2019/20 como lateral-direito e de ter entrado para o lado canhoto do ataque com Benfica (I Liga) e Young Boys (Liga Europa).
Jogar à esquerda sendo dextro implica a mudança de alguns hábitos, mas a verdade é que foi por ali que o jogador natural de Oliveira do Bairro se notabilizou ao serviço do Portimonense.
De resto, o próximo adversário dos azuis e brancos até lhe traz boas recordações no desempenho desse lugar, uma vez que em 2018/19 marcou uma vez aos açorianos em representação dos algarvios.
Comparando o rendimento de Manafá à direita e à esquerda da defesa, recorrendo aos dados estatísticos das últimas duas épocas reunidos pelo portal "Wyscout", facilmente se constata que o português se sente mais confortável à direita. É natural, uma vez que se tratará sempre de uma adaptação.
Só o facto de não perder tempo na procura do pé predileto para cruzar, por exemplo, faz com que tente esta ação quase três vezes mais na direita do que na esquerda, além de apresentar uma taxa de sucesso superior (cerca de 15 por cento). O mesmo se aplica à eficácia do drible (cerca de 14 por cento), embora até recorra a esse gesto mais vezes no flanco canhoto, em busca de posição para centrar ou rematar.
É precisamente por isso que também tem uma média de remates superior. Aliás, os dois golos que apontou pelo Portimonense como lateral-esquerdo, frente ao Santa Clara e ao Sporting, foram em movimentos bastante semelhantes: entrou na área em velocidade, tirou um adversário do caminho com uma finta para dentro e fez a bola entrar no poste mais próximo.
Uma vitória e um empate com o lateral como titular
Apesar de ter desempenhado as funções de lateral-esquerdo em alguns jogos, a verdade é que o do Santa Clara será apenas o terceiro que Manafá deverá fazer de início nessa posição no FC Porto. A incrível resistência de Alex Telles levou a que Sérgio Conceição só tenha lançado o português no onze com Boavista (I Liga) e Braga (Taça de Portugal) e os resultados acabaram por ser positivos.
Com os axadrezados, os portistas somaram uma vitória (2-0); com os bracarenses, um empate (1-1) que os qualificou para a final da prova-rainha.
Estes desfechos comprovam ainda a facilidade com que os azuis e brancos têm disfarçado a ausência de Telles, que em quatro épocas só não foi utilizado em 15 jogos, nos quais a equipa logrou nove vitórias, quatro empates e só duas derrotas: com a Juventus (Liga dos Campeões) e o Paços de Ferreira (I Liga). Amanhã será o 16º e, tal como no passado, Manafá tem via aberta para preencher essa vaga.
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Duas adaptações nas laterais
Será com dois laterais adaptados (um à direita e outro à esquerda) que o FC Porto se apresentará com o Santa Clara, uma vez que tanto Corona como Manafá têm a escola de extremo.
O mexicano assumiu-se como uma adaptação de sucesso à defesa esta temporada (leva quatro assistências), devido à demora de Saravia em encaixar no futebol europeu e às dificuldades do português em fechar à direita.
Já este recuou no terreno em definitivo volvido pouco tempo de ter chegado a Portimão, com Vítor Oliveira, pelo facto de ser possante, rápido nas subidas pelo flanco e por ter um cruzamento venenoso. Características típicas de quem foi formatado para jogar como ala nos escalões de formação do Oliveira do Bairro e do Sporting.