Raul Meireles marcou presença, na companhia de Bosingwa, no programa "FC Porto em casa". Eis algumas curiosidades deixadas pelo antigo médio.
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Capacidade física: "Todos dizem que o Zé [Bosingwa] era rápido, mas tinha uma resistência fora do normal. Superava os outros em todos os testes e por uma diferença enorme. Eu, com o meu físico e estrutura, nunca pensei atingir o nível que atingi. Era muito franzino".
Médios que admira: "Muitos. O futebol mudou um bocado, a grande dificuldade num médio atualmente é o tempo que tem a bola , que é muito mais do que aquilo que eu gosto. O que o professor Jesualdo dizia do médio de transição era 'quanto menos tempo tivesse a bola e a fizesse chegar aos avançados melhor'. Eu recebia, tentava a receção orientada, e tentava encontrar alguém na frente para a bola chegar o mais rápido possível. O jogo agora é mais de passe curto. A qualidade existe em muitos médios".
Duelo especial na carreira. Lampard ou Gerard, quem foi melhor?: "Quando jogava no Chelsea e defrontámos o Barcelona do tiki-taka, em Londres. Se toquei quatro ou cinco vezes na bola foi muito e acho que fiz um grande jogo. Tinha o Iniesta, o Xavi e o Messi a receber nas minhas costas e a minha missão era tentar evitar o passe para o Messi. Foi um duelo quase impossível de ganhar, mas a equipa saiu-se bem. Sobre Lampard ou Gerard, são dois belíssimos jogadores, é difícil, Sou fã dos dois".
Yakubu: "Num Everton-Liverpool, tinha acabado de chegar a Inglaterra. Era canto a nosso favor e eu ficava à entrada da área, tirámos a bola e começo a correr, a dar um pico e chega um senhor Yakubu, um bicho. E eu a pensar 'sou rápido'. Estou a olhar para a bola até que ele me dá um encosto, eu voo e fico até com relva na boca. Nunca mais fui na dividida. Se eles viessem parava para dar as costas".
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Mudança para o 3: "Tenho uma relação muito boa com o Pedro, quando cheguei ao FC Porto ele ajudou-me muito. Sentava-me entre ele o o Bosingwa, depois fomos parceiros de quarto e a nossa relação começa a evoluir para fora do futebol, com as nossas famílias. Quando ele acabou a carreira achei por bem fazer uma surpresa no dia de apresentação e representar o número 3. Na minha cabeça não queria que mais ninguém usasse esse número".
Boavista ou FC Porto? "Já tentei explicar isto. É difícil as pessoas perceberem, o Zé [Bosingwa] diz que sou um portista falso. A realidade é uma: estive no Boavista desde os seis anos e está no meu coração e não vai sair. Mas chego ao FC Porto e o que vivi lá foi tão intenso que se me perguntam qual é o meu clube digo que é o FC Porto. Não sou portista desde pequenino, mas o meu amor pelo clube é tão grande ou maior do que quem nasceu portista. O Boavista não tem de levar a mal. Este é o meu sentimento".