A recuperação mais difícil: distância do Sporting para o líder é a maior do século
Nunca neste século o Sporting esteve a 11 pontos do líder à 7.ª jornada. Em Portugal nenhum campeão anulou tamanha desvantagem
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O Sporting sofreu a terceira derrota da temporada na Liga Bwin no sábado, frente ao Boavista no Bessa, e, como Rúben Amorim reconheceu no final, complicou dramaticamente as contas para o título.
As três derrotas sofridas esta época igualam o registo de toda a época passada e triplicam o número de 2020/21. Apenas duas outras vezes desde 2001 os leões tinham perdido tantas vezes.
Finalizada a jornada sete, os verdes e brancos vão para a paragem das seleções a 11 pontos de distância do líder Benfica, um fosso que nenhuma equipa na história da campeonato, desde que este atribui três pontos às vitórias (1995/96), conseguiu recuperar para ser campeã.
A recuperação recorde foi de oito pontos, alcançada pelo Boavista de Jaime Pacheco em 2000/01 e que fez mais nove pontos que o FC Porto nas 19 últimas jornadas para terminar um ponto à frente na classificação. É certo que estão ainda 81 pontos em disputa, mas para o Sporting celebrar no final da temporada será necessário que a equipa de Amorim alcance algo de verdadeiramente extraordinário, até porque além do atraso para o Benfica, está a nove pontos do Braga e a seis do FC Porto, só para citar os principais rivais.
O JOGO analisou os arranques do Sporting neste século e nunca a distância pontual para o líder da tabela foi tão grande após sete jogos. Nem sequer em 2012/13 quando os leões somavam apenas sete pontos, o pior registo desde 2001. Nessa temporada encontravam-se dez pontos atrás do Benfica de Jorge Jesus, tal como sucedera em 2010/11 e 2009/10, nesses casos longe do FC Porto de Villas-Boas e do Braga de Domingos Paciência, respetivamente. Para o cenário atual, convém dizer, contribuem não apenas os maus resultados dos leões, mas também o pleno de vitórias do Benfica, com sete vitórias e 21 pontos conquistados.
Para alcançar os 85 pontos das últimas duas temporadas, Amorim teria de ganhar pelo menos 24 dos 27 encontros por disputar no campeonato.
Mas, por mais voltas que se queiram dar, não há como fugir às evidências, esta é a situação mais difícil que Amorim enfrenta pelo Sporting no arranque de um campeonato, até porque em 2021/22 as águias também tinham sete vitórias e a distância era de apenas quatro pontos. Já em 2020/21 os leões lideravam com quatro pontos de vantagem por esta altura...
Em termos de derrotas na Liga Bwin, as três sofridas até ver igualam as de toda a época passada (a primeira das quais na 17.ª jornada) e triplicam o registo do ano do título, quando o conjunto treinado por Amorim perdeu apenas uma vez: caiu na Luz, já campeão, e perdeu a invencibilidade. O registo atual iguala também os verificados em 2003/04 e 2005/06, nestes casos, porém, com quatro vitórias, o que permitia ao leão estar com 12 pontos e mais perto dos líderes, como se pode constatar na infografia (ver acima, na galeria).
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Sem poder olhar para a tabela de forma derrotista, Amorim sabe que para conseguir chegar aos 85 pontos das últimas duas temporada já só pode desperdiçar seis pontos nas 27 jornadas em falta. Degrau a degrau, a mensagem é, para já, corrigir os erros, melhorar o ânimo e tentar aproveitar os jogos grandes para ganhar pontos aos rivais diretos, nunca desistindo do título e tendo em mente que a Champions é uma meta "obrigatória".
Amorim perdeu a "imunidade"
Se Rúben Amorim tem, neste século, o maior atraso de sempre para o líder à sétima jornada, é justo referir que até esta época nunca tinha perdido tão cedo no campeonato pelos leões. Nos primeiros sete jogos de 2020/21 foram seis vitórias e um empate com o FC Porto. No ano seguinte, além de uma igualdade com os dragões, o Sporting empatou em Famalicão. Nos golos concedidos há um outro mundo. No ano passado, só nos Açores, em janeiro, é que o leão atingiu os dez golos sofridos. Em 2020/21 aguentou até fevereiro (ida ao Gil Vicente).
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