A receita de Stuart Baxter para o dérbi: "Se pudesse dar sangue, eu daria sangue"
Treinador do Boavista está "impressionado com a paixão dos adeptos" e elogia atitude dos jogadores nos três jogos em que orientou a equipa que está agora em lugar de play-off, com 24 pontos, os mesmos de Farense e Aves SAD. "Espero que em todas as situações consigamos dar 100 por cento", declarou.
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Na antevisão da receção ao FC Porto, este domingo à noite, Stuart Baxter, treinador de 71 anos, que começou por vencer em Faro (0-1), perdeu no Bessa, com o Sporting (0-5), e foi ganhar à Vila das Aves, por 2-1, com uma reviravolta memorável, com golos de Seba Pérez e de Diaby (aos 89'), após Nenê ter inaugurado o marcador, apelou ao apoio de “adeptos fantásticos” e defendeu que será “um dérbi tenso”.
O que sabe sobre o FC Porto, uma equipa que está tão longe dos seus objetivos? É o momento certo para enfrentar o rival da cidade?
“Boa pergunta. O que eu sei sobre o FC Porto como clube é que os jogadores exigem que estejam em níveis muito altos. Esta época tiveram alguns problemas e não estão no nível que querem estar. Não querem adicionar um mau resultado no dérbi. Então, acho que estarão muito motivados, como eu. O pensamento de um mau resultado é a pressão deles. E, obviamente, também temos a nossa pressão. Acredito que será um jogo tenso no dérbi. Temos de produzir o nosso melhor e esperar que eles não atinjam níveis altos, mas acho que será um jogo muito interessante."
É uma vantagem ter defrontado, antes, adversários que estão em situações delicadas como o Boavista, como os casos do Farense e do Aves SAD?
“Quando se está na situação em que estamos, o maior erro que podemos cometer é pensar em coisas que nos podem afetar. Então, a minha mensagem para os jogadores tem sido concentrarem-se muito no que trabalhámos. Têm de concentrar-se na nossa performance. E por causa disso, não equaciono vantagens ou desvantagens. Só quero que melhoremos e que em todas as situações consigamos dar 100 por cento.”
Atitude dos jogadores
“Até agora tem sido boa, mas sabemos que tem de melhorar. E a qualidade também de melhorar. Se fizermos isso, talvez nos empurre para longe de Farense e do Aves SAD. Então, temos de nos concentrar nisso. E tudo o resto estou a tentar manter de forma muito, muito dura. É difícil, mas esse é o trabalho."
Vê alguma ligação deste com o jogo frente ao Sporting?
“Essa é uma boa pergunta. Porque ambas as equipas têm jogadores muito bons e jogam de modo semelhante. A lição que aprendemos do Sporting foi esta: temos de controlar certos espaços no campo. Contra o Sporting, demos um golo logo a abrir [6', Gyokeres]. Isso significa que temos de esticar o jogo. A lição que aprendemos é controlar o espaço melhor, permitir que joguem em espaços menos perigosos. E também, na nossa defesa, temos de ter a certeza de que sofremos golos desnecessários. Porque isso só faz a montanha ficar ainda mais alta. Aprendemos lições e espero que possamos dar uma melhor resposta neste jogo.”
Mensagem para os adeptos do Boavista?
“Os nossos adeptos têm sido absolutamente fantásticos. A energia que deram contra o Aves SAD foi incrível. Estou tão impressionado com a paixão dos adeptos que estão a apoiar uma equipa que está a passar por um mau período. Mas acho que eles reconhecem que as coisas estão a mudar. Devagar, mas as coisas estão a mudar. Tanto no campo como fora do campo. O meu pedido é que continuem connosco, transmitindo essa energia positiva. Prometemos que faremos tudo o que podemos. Se pudesse dar sangue, eu daria sangue. Essa é a atitude dos jogadores e do balneário. Se eles continuarem a dar-nos o apoio que nos deram, não importa o que aconteça, nós sabemos que daremos tudo. Ajudem-nos neste jogo. Tentem ser o jogador número 12 e nós daremos tudo o que temos.”