Presidente dos encarnados não gostou das críticas que ouviu de um sócio e partiu para cima dele.
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Ao longo da sua gestão como presidente do Benfica, foram vários os episódios em que Luís Filipe Vieira trocou acusações com sócios do clube em assembleias gerais, mas a de anteontem, no Pavilhão número 2 do Estádio da Luz, atingiu outro patamar: o presidente das águias perdeu o controlo e atirou-se para cima de um adepto que o tinha criticado - este tinha contestado fortemente a sua liderança - tentando agredi-lo.
Porém, segundo O JOGO apurou junto de fonte oficial, o líder dos encarnados considera que o episódio ficou resolvido de imediato e que não há qualquer motivo que justifique ou aponte para a possibilidade de uma demissão.
De acordo com o relato de um sócio a que O JOGO teve acesso e que não se quis identificar, Luís Filipe Vieira tentou mesmo agredir um outro associado. "Agarrou-lhe o pescoço e puxou o punho atrás. Felizmente ainda se conteve", descreveu sobre um episódio que terá sido espoletado pela intervenção que o adepto fez no púlpito, considera insultuosa pelo presidente dos encarnados, que via a AG de anteontem como momento para ser enaltecidos os melhores resultados financeiros de sempre da SAD que lidera.
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Na origem da reação agressiva do líder da Luz, que terá acontecido por volta da 1h30 da madrugada, terão estado um conjunto de insinuações que ofenderam o presidente encarnado e sustentam a forma como puxou o associado pelos colarinhos e as bocas que depois se seguiram para as bancadas numa zona lateral ao local onde se sentam os representantes diretivos. Aliás, este comportamento foi mesmo filmado com um telemóvel e a gravação depois partilhada nas redes sociais, vendo-se Luís Filipe Vieira a ser acalmado por duas pessoas que seriam seguranças à paisana, que surgiram no pavilhão durante a confusão que terminaria pouco tempo depois.
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À partida, o episódio não terá consequências em relação ao futuro de Luís Filipe Vieira no Benfica. Aliás, fonte oficial do clube disse a O JOGO que "não houve tentativa de agressão" numa assembleia geral que consideram ter sido "instrumentalizada" por um grupo de sócios com ligação ao ex-vice-presidente Rui Gomes da Silva, tendo a reunião "prosseguido e terminado sem mais problemas".
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Refira-se que os estatutos são pouco conclusivos em relação a infrações de dirigentes em reuniões de sócios. Neles está estipulado que um elemento dos órgãos sociais perde o mandato se lhe for aplicada uma sanção superior a seis meses, na sequência de um processo disciplinar. Porém, apenas está descrita a falta de urbanidade, que resultaria apenas, e eventualmente, numa repreensão, e não está legislado o cenário de comportamento violento.
Criticado pela terceira vez seguida
Alvo de forte contestação na reunião magna de sexta-feira, Luís Filipe Vieira sofreu críticas por parte dos sócios do Benfica pela terceira assembleia geral seguida, pois já em 2017 e 2018 tinha estado na mira dos associados. Em ambas as ocasiões, os ânimos aqueceram também, com o presidente encarnado a ouvir apupos e até insultos. Em setembro de 2017, chegaram a voar cadeiras e a deflagar um petardo, enquanto no ano passado, já pela madrugada dentro, e após ser constantemente interrompido e alvo de contestação, Vieira atirou: "Vocês nem merecem o clube que têm, não merecem."
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