"A nova lei cria grandes problemas para a entrada de jogadores estrangeiros em Portugal"
Rui Alves, presidente do Nacional, alerta para as burocracias que têm atrapalhado o normal funcionamento do mercado
Corpo do artigo
O Nacional tem enfrentado alguns problemas para fechar o plantel e Rui Alves, presidente do clube, explicou a O JOGO que parte dessas dificuldades resultam da alteração à lei que regula os cidadãos estrangeiros que queiram residir e trabalhar em território português. “É uma questão que não está resolvida. Todo o futebol está na expectativa, pois a lei cria grandes problemas para a entrada de jogadores estrangeiros em Portugal”, resumiu.
A nova regulamentação sobre as autorizações de residência e de trabalho em Portugal para cidadãos estrangeiros, sobretudo extracomunitários, está a criar embaraços sérios aos clubes neste defeso.
A nova Lei de Estrangeiros revogou os procedimentos de autorização de residência para cidadãos extracomunitários assentes na habitual manifestação de interesse. Antes da aprovação dessa nova regulamentação, para um futebolista poder trabalhar em Portugal bastaria ter em seu nome uma manifestação de interesse junto do SEF para que pudesse ter a autorização de entrada no país e desenvolver a sua atividade. Mas, desde o passado dia 3 de junho, a alteração passou a exigir a emissão prévia de um visto de trabalho, algo que veio terminar com o regime excecional que permitia a entrada prévia em Portugal e dava tempo para que fosse pedida a indispensável autorização de residência. No fundo, os imigrantes não podem efetuar esse processo de legalização formal já em território português, sendo necessário fazê-lo antes. E demora muito.
Rui Alves insiste que este não é só um contratempo para os alvinegros. Ainda que exista margem neste início de época para resolver os processos, o problema vai agravar-se se as coisas forem deixadas para perto do fecho do mercado, porque pode não ser possível cumprir em tempo útil toda a burocracia. “Isto preocupa o futebol profissional, que terá dificuldade para contratar nos últimos dias, antes do fecho do mercado”, completou.