Perdeu o companheiro habitual - Herrera - e ainda está à procura das novas rotinas, o que justifica um posicionamento mais adiantado. Qualidade do passe melhorou bastante
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As exibições de Danilo neste arranque de temporada dividem os portistas. Nas redes sociais tem havido alguns elogios à vontade do médio em dar a volta aos maus resultados iniciais, mas também críticas pela comparação com aquilo que fez na época anterior.
Melhores índices do que na época passada nos duelos ofensivos, nos passes (curtos e longos) e até nos cruzamentos, mas piorou nos índices defensivos
As notas que recebeu nas apreciações de O JOGO até foram positivas: 6 nos três encontros que disputou [falhou a deslocação a Barcelos por estar debilitado fisicamente]. O que mudou então para que o trinco não esteja a ser consensual?
Os números, que mostramos no quadro abaixo, apontam uma diferença clara: Danilo tem sido mais ofensivo do que na época passada. Cruza mais, faz mais e melhores passes para o último terço e também passes de longa distância. Tem ainda ganho muito mais duelos ofensivos. Aqui a evolução é gritante e a maior diferença para a produção média da temporada anterior: de metade de duelos ganhos aos adversários passou para 83,3 % de sucesso.
Ou seja, o que se tem visto é um Danilo a pisar zonas mais avançadas do que o habitual. Em contrapartida, o internacional português tem disputado menos duelos defensivos e perdido mais esses confrontos com os adversários. E essa é uma das suas imagens de marca, construída ao longo de vários anos como patrão do meio-campo portista. Com esta presença em zonas mais adiantadas, não é de estranhar que o internacional português apresente um menor índice de bolas recuperadas por jogo e consiga menos interceções.
Uma das razões para esta mudança de estilo estará relacionada com a alteração de rotinas. Danilo, que agora usa a braçadeira de capitão, habituou-se a ter ao seu lado Herrera, que atuava em zonas mais avançadas, deixando o trinco mais posicional à frente do quarteto defensivo, e com quem já jogava de "olhos fechados".
Esta temporada, o Comendador ainda não tem um companheiro definido. Sérgio Oliveira jogou ao seu lado em Krasnodar e nos primeiros 49 minutos da eliminatória europeia no Dragão - até se lesionar -, entrando depois o reforço Matheus Uribe, que ainda só tem 15 dias de FC Porto. Portanto, ainda está numa fase inicial de "aculturação" à nova realidade.
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Ainda assim, contra o V. Setúbal, esta dupla resultou muito bem e tem tudo para se manter no clássico da Luz, marcado para sábado, às 19 horas. Até porque Sérgio Oliveira e Loum continuam sem poder ser opção para o treinador portista. Sobram Uribe e Bruno Costa para fazer parelha com o titularissímo, mas virado do avesso, Danilo.