A MULHER DA SEMANA - Maria de Fátima Ribeiro: a especialista que inspira o futebol profissional
A MULHER DA SEMANA - Coordenadora científica da primeira Pós-graduação em Organização e Gestão do Futebol Profissional e docente na Escola de Direito do Porto da Universidade Católica integra o Conselho de Redacção da Revista de Direito do Desporto federativa.
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Seria muito estranho se, na mesa da primeira reunião do Conselho de Redacção da Revista de Direito do Desporto, uma parceria entre a Federação Portuguesa de Futebol e a AAFDL Editora, com edição inaugural prometida para 28 de janeiro, não estivesse Maria de Fátima Ribeiro. Indicada para aquele órgão pela Escola de Direito do Porto da Universidade Católica (o órgão acolhe todas as escolas públicas de Direito e duas da já citada), dir-se-ia uma presença natural neste projecto.
Afinal, é ela quem, há já três edições, assume a coordenação científica da pós-graduação em Organização e Gestão do Futebol Profissional, uma iniciativa pioneira que juntou a Liga Portugal e a Católica num investimento até então inédito na formação de todos os que dão corpo aos campeonatos ao mais alto nível. Nesse plano, Maria de Fátima Ribeiro entra em campo como especialista (conceituada) na legislação sobre as sociedades desportivas, tema acerca do qual tem dois livros e vários artigos publicados. Na comunicação social, a voz da especialista surge, aqui e ali, em artigos de opinião solicitados quando o futebol profissional se vê atado num daqueles nós jurídicos como o que, recentemente, conduziu ao divórcio do Belenenses da respectiva SAD.
Poderia deixar-se aqui a lista exaustiva das áreas do Direito que Maria de Fátima Ribeiro domina, e seria uma admirável colecção de sabedoria. No entanto, porventura a mais importante vertente da carreira da única mulher no Conselho de Redacção da Revista de Direito do Desporto apenas indirectamente se percebe no currículo: a honestidade crítica que, se tivermos sorte, encontramos naqueles professores que marcam para toda a vida.
Maria de Fátima Ribeiro poderia ensinar Literatura e criaria pensadores; escolheu ensinar (e aprender, sempre a aprender) Direito e, com ela, percebe-se o que a disciplina tem de melhor, a virtude que a inspira, também as fraquezas que a desacreditam - e sai-se das aulas dela com ferramentas e convicções para um mundo mais justo. O futebol precisa dela como uma equipa de um número seis, para defender e pensar e levar o jogo ao seu melhor. O dela é o Direito.