Após duas derrotas, Custódio deixou de lado o 3x4x3 de Rúben Amorim e, ainda que a equipa não tenha vencido em Famalicão, os apoiantes viram melhorias no jogo bracarense
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Nos quase quatro meses que leva como treinador principal do Braga, ainda que na maior parte desse tempo não tenha havido competição, Custódio disse, mais do que uma vez, que ia manter o sistema tático herdado de Rúben Amorim, mas depois da segunda derrota após a retoma, e já sem a vantagem pontual sobre o Sporting na luta pelo terceiro lugar, a equipa minhota apresentou-se em Famalicão com outra disposição no relvado.
Ataque do Braga após a retoma está com pouca pontaria; dois golos marcados em três jogos
O sistema de três centrais caiu para dar lugar a um 4x4x2 e, depois de sete jogos sempre a sofrer, a equipa terminou pela primeira vez sem qualquer golo sofrido. A mudança tática merece, por enquanto, a aprovação de António Duarte, Barroso e Zé Nuno Azevedo, três adeptos ouvidos por O JOGO, mas carece de confirmação, ou seja, só o resultado da próxima partida irá validar, ou não, a ideia de Custódio.
Também é verdade que, em diferentes ocasiões, o treinador da equipa arsenalista sempre disse que queria introduzir uma ou outra nuance no esquema de Rúben Amorim, uma forma de dar um cunho pessoal à equipa. Ora, mesmo partindo da ideia da mudança tática na última jornada, a transformação do Braga esteve longe de poder ser considerada radical, dado que a atacar nem houve muitas diferenças.
"Ofensivamente foi igual. Vi o Ricardo Esgaio a fazer o mesmo, ou seja, a descer, e vi o Galeno a fazer o trabalho que era do Sequeira, ficando o Ricardo Horta a jogar mais por dentro. Aliás, como o Sequeira ficou mais fixo na defesa, até foi o Galeno a fazer os lançamentos laterais. Por isso, considero que o Braga jogou da mesma forma a atacar. Não é totalmente clara esta mudança tática", indicou Zé Nuno Azevedo, ex-jogador dos arsenalistas.
Mais notórias foram as diferenças na linha defensiva, agora claramente disposta com quatro unidades alinhadas, para além de Sequeira ficar "amarrado" atrás e a fazer de terceiro central quando a equipa está a construir jogo, neste aspeto igualmente com três unidades, como sucedia com o sistema de 3x4x3 até há pouco tempo utilizado. Mais importante do que o sistema é a dinâmica, como defende Barroso, antigo médio dos arsenalistas, convencido que a equipa de Custódio só precisa de um triunfo para se lançar para uma reta final com resultados positivos.
António Duarte, Barroso e Zé Nuno Azevedo, ouvidos por O JOGO, concordam que o Braga esteve melhor na última ronda
Nova alteração do sistema tem riscos até ao final da época
A mudança de um sistema de 3x4x3 para um 4x4x2 comporta perigos para a equipa, dado que estava habituada a jogar de uma maneira e agora precisa de uma readaptação. "O risco existe, mas o maior risco é não ganhar. O Custódio procura soluções e alternativas, mesmo correndo o risco de a mudança não ser entendida", admite Zé Nuno Azevedo. O Braga já experimentou diversos sistemas esta época, incluindo o atual, com Sá Pinto. "Contando com Abel Ferreira, o Braga vai em quatro treinadores e isso não pode acontecer", refere António Duarte.