<strong>ENTREVISTA -</strong> Do futebol de rua no bairro Los Colores até à seleção da Colômbia, o caminho de Leonardo Ruiz está a ser percorrido entre sonhos e muita ambição. O regresso ao Sporting é uma prioridade para a carreira.
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Leonardo Ruiz tem 23 anos, mas já um percurso considerável no futebol português. Chegou para o FC Porto B, passou por Sporting e Boavista e agora, cedido pelos leões, brilha no Varzim, onde se estreou com um golo.
Como iniciou a prática do futebol?
-Comecei a jogar aos três anos de idade, na equipa da escola onde a minha mãe trabalhava, e mais tarde fui jogar no Estudantil, que já participava em campeonatos com alguma visibilidade, onde o Atlético Nacional me viu e decidiu contratar-me. Fiz quase toda a formação no Atlético Nacional, mas foi só a partir dos sub-17 que explodi e senti que tinha algo de diferente ou que poderia fazer coisas muito boas no futebol. Desde pequeno que sabia que iria ser jogador profissional e aproveitei da melhor maneira a oportunidade quando cheguei aos seniores.
Ruiz representou quatro clubes em Portugal, iniciando a carreira no FC Porto e passando depois por Sporting, Boavista e Varzim, além de uma experiência no Zorya, da Ucrânia
O futebol de rua teve importância no seu crescimento?
-Quando era criança, jogava na rua e penso que aprendi muito nesses tempos. Muitas das coisas que vives no futebol de rua não aprendes na escola ou a jogar numa equipa. Ainda hoje, nos bairros das cidades da Colômbia, existe o futebol de rua e daí saem muitos talentos. Nasci em Medellín, no bairro Los Colores, e foi lá que tudo começou.
"Os primeiros tempos em Portugal foram muito bons, quando vim para os sub-19 do FC Porto, e o único problema foi a adaptação ao fuso horário"
Como aconteceu a vinda para Portugal?
-Um olheiro português viu-me jogar no Atlético Nacional e disse-me que o FC Porto estava muito interessado em mim, dizendo que queriam acertar a minha contratação. Os primeiros tempos em Portugal foram muito bons, quando vim para os sub-19 do FC Porto, e o único problema foi a adaptação ao fuso horário, porque demorava muito para adormecer. Mas com o tempo e a ajuda dos colegas, consegui uma boa adaptação. Acolheram-me muito bem e entrei com o pé direito, conseguindo mostrar o meu futebol e honrando a Colômbia. Joguei nos sub-19 e na equipa B do FC Porto, emprestado pelo Atlético Nacional, e consegui ter sucesso, mas entretanto o meu empresário disse-me que o Sporting estava muito interessado e nem duvidei. O Sporting é um grande clube, assinei por cinco anos e estou muito feliz. Espero ter a oportunidade que tanto procuro o mais rápido possível. Tive uma época muito boa na equipa B e no ano seguinte tive a oportunidade de fazer a pré-época com o plantel principal, mas apesar de até ter feito um golo ao Belenenses, fui emprestado ao Boavista e na época seguinte fui jogar para o Zorya, da Ucrânia. Agora estou feliz no Varzim.
No Boavista, apontou um golo em 21 jogos. Ficou aquém do que esperava?
-Sim, até porque dos avançados esperam-se golos e apenas consegui marcar um. Mas gostei muito da experiência. O Boavista é um grande clube e gostei imenso de jogar lá, assim como dos adeptos e da estrutura, com pessoas incríveis. Só tenho que agradecer ao clube pela oportunidade.
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E como foi trabalhar com Jorge Jesus no Sporting?
-É um grande treinador. Ensinou-me muito e foi um dos melhores com quem já trabalhei. Ensinou-me os movimentos, as rotinas e o treino dele era incrível, porque te obriga a estar sempre concentrado. Aprendi muitas coisas que me ajudam a evoluir como jogador. Está muito bem no Flamengo e desejo que tenha muito sucesso.
Chegar à seleção da Colômbia é um objetivo de carreira?
-É claramente um dos objetivos da minha carreira. No momento estou muito focado no Varzim e as coisas vão acontecer naturalmente. Trabalho muito forte todos os dias e, com o passar do tempo, se for chamado à seleção será uma consequência. Vou trabalhar muito para isso e quero chegar lá o mais rápido possível. Não temos de colocar limites.
"MUITOS GOLOS PARA DEDICAR A UMA BÊNÇÃO"
Leonardo Ruiz mora em Portugal com a mulher, Patrícia, e a filha, Ariana, de um ano de idade, mostrando que está "muito feliz" no nosso país. "Tenho uma mulher maravilhosa, que me apoia em tudo, e a minha família é uma inspiração. Os meus pais são muito importantes e vêm visitar-me em dezembro. Espero dar-lhes muitas alegrias, para que sintam orgulho em mim", disse o avançado, que teve uma apoiante especial no jogo com o Cova da Piedade. "A minha filha foi pela primeira vez ao estádio. Marquei um golo e foi marcante para mim e para a história dela. É uma bênção para mim e vou fazer muitos golos para ela", garantiu.
"QUERO DAR MUITAS ALEGRIAS AO VARZIM"
Emprestado pelo Sporting ao Varzim, Leonardo Ruiz marcou um golo na estreia, frente ao Cova da Piedade, ajudando a equipa a conseguir a primeira vitória.
Foi chegar ao Varzim, ver e vencer?
-Ajudei a equipa com um golo e foi uma estreia muito feliz. Já tinha jogado várias vezes contra o Varzim na Póvoa e sabia que os adeptos criavam uma atmosfera espetacular. É um clube histórico e quero marcar muitos golos para dar muitas alegrias aos varzinistas. Temos uma grande equipa, um grupo fantástico e vamos subir muito na classificação.
"O Sporting é um grande clube, assinei por cinco anos e estou muito feliz. Espero ter a oportunidade que tanto procuro o mais rápido possível"
Ter sucesso no Varzim para regressar ao Sporting é o objetivo?
-Claro que sim. Estou muito contente com a oportunidade que o Varzim me deu e quero aproveitar da melhor maneira para voltar muito forte ao Sporting.
Tem alguma meta de golos?
-Não, penso apenas nos objetivos da equipa. Trabalho sempre muito forte e, quando assim é, os golos acabam por aparecer com naturalidade.