Receção ao Aves permite ao FC Porto atingir uma marca redonda nas competições nacionais. Ganhou dois terços das partidas.
Corpo do artigo
Depois do empate nos Barreiros, o FC Porto recebe, este domingo, o Aves com o objetivo de retomar o trilho das vitórias numa noite que será histórica, já que marcará o jogo 3000 do clube nas provas nacionais.
O FC Porto venceu dois terços dos 2999 jogos disputados nas provas nacionais. São 1987 triunfos, 525 empates e 487 derrotas (apenas 16,2 por cento). Pedroto (291) foi o que mais vezes orientou a equipa
Só o Benfica tem mais (3011), fruto de melhores prestações nas duas taças. Quase 85 anos depois da estreia, numa partida com o Belenenses do extinto Campeonato de Portugal (Joseph Szabo era o treinador), a equipa portista atinge assim este feito digno de realce. Mais ainda se dissermos que tem uma taxa de sucesso de 66,3 por cento num caminho trilhado com muitos troféus - são 69 títulos, sem contar com os internacionais - e alguns dissabores.
Um trajeto que, curiosamente, só arrancou com vitórias na primeira prova organizada a nível nacional, o Campeonato de Portugal. Os portistas marcaram quase sete mil golos neste percurso, sendo que Tavares Bastos foi o primeiro de sempre a faturar, frente ao Sporting, e Pepe o último, no recente empate dos Barreiros, que custou a perda do primeiro lugar. Sem surpresa, o bibota de Ouro, Fernando Gomes, é o maior artilheiro da história do clube com 337 golos nas provas portuguesas. As provas regionais disputadas pelo FC Porto, o Campeonato do Porto e a Taça da AF Porto não entram, naturalmente, nestas contas.
Tavares Bastos assinou o primeiro golo dos portistas num trajeto de quase 85 anos, durante os quais conquistou 69 troféus internos. O JOGO resume-lhe os dados e as figuras mais importantes deste percurso
O campeonato é a prova que aglutina a maioria destes jogos. O FC Porto é, a par de Benfica e Sporting, recordista de presenças, chegando a esta altura com 1600 vitórias (66,5 por cento de sucesso) em 2407 partidas. Segue-se a prova rainha, aquela em que tem melhor percentagem (70,3) de triunfos, a que não é alheio o facto de ter disputado muitas eliminatórias com equipas de escalões inferiores. Curiosamente, é na Supertaça - prova em que tem mais troféus (21) do que todos os outros clubes juntos - que apresenta o pior registo percentual de triunfos, como a infografia ao lado indica..
Como já dissemos, apenas o Benfica tem mais jogos em provas nacionais do que o FC Porto (e com 69,2% de vitórias), sendo que o Sporting será o próximo a lá chegar. Nesta altura, os leões somam 2966 partidas, vencendo em 62,7%. Os dois rivais de Lisboa são as equipas que mais vezes o FC Porto defrontou: 246 os encarnados (95 vitórias) e 234 os leões (84 triunfos).
João Pinto: o único que passou a barreira dos 500
João Pinto é o recordista de jogos no FC Porto. Descontando as presenças internacionais, o antigo lateral direito fez uns incríveis 508 jogos - em 16 temporadas - nas provas nacionais, e na altura em que jogava ainda não havia Taça da Liga. Um número que dificilmente algum outro portista ultrapassará, já que no futebol moderno são raros os casos de longa permanência. Vítor Baía (467) e Virgílio (431) completam o pódio de jogadores com mais partidas pelo FC Porto.
Fernando Gomes arrasa a concorrência
Olhando para a contabilidade dos golos do FC Porto nestes 2999 jogos disputados nas provas nacionais percebe-se que há um jogador que se destacou dos demais. E por goleada. Fernando Gomes assinou 337 golos (451 no total com as competições europeias) em 405 jogos, sendo responsável por quase cinco por cento da produção total do clube. Nenhum outro portista se aproxima deste número. O segundo goleador é Hernâni, que assinou 182 remates certeiros em 331 partidas, com Teixeira a fechar o pódio depois de ter terminado a carreira com 163 golos (218 jogos) pelo FC Porto nas provas internas.
O Bibota é o maior artilheiro da história dos portistas nas competições internas, com 337 golos
Destaque ainda para Mário Jardel, que é o terceiro artilheiro da história dos dragões - contando com as provas europeias - mas que desce para quarto internamente. Porém, é o único que se pode gabar de ter mais golos (149) do que jogos (143).
Como já referimos na página anterior, Tavares Bastos foi o autor do primeiro golo oficial do FC Porto nas provas de âmbito nacional, num confronto com o Sporting do Campeonato de Portugal. Aloísio é o mais velho de sempre a marcar e Fábio Silva o mais jovem...
1.º JOGO NAS PROVAS
Das cinco provas nacionais, o FC Porto só arrancou com uma vitória no extinto Campeonato de Portugal. De resto, empatou no campeonato e perdeu nas outras. Veja os registos.
FC Porto-Sporting, 2-1 (Campeonato de Portugal, 04/06/1922); 1.º golo: Tavares Bastos
O FC Porto foi o primeiro clube a conquistar uma prova nacional. A fase final foi jogada com o Sporting à melhor de três partidas. Na primeira, Tavares Bastos bisou no triunfo por 2-1; o Sporting ganhou a segunda e o FC Porto triunfaria na terceira e decisiva.
Belenenses-FC Porto, 1-1 (Campeonato, 20/01/1935); 1.º golo: Carlos Nunes
O FC Porto estreou-se no Campeonato no Campo das Salésias, somando apenas um ponto. Um resultado que, ainda assim, não impediu a equipa orientada pelo húngaro Joseph Szabo de conquistar o primeiro título nacional, acabando à frente do Sporting.
V. Guimarães-FC Porto, 3-2 (Taça de Portugal, 14/05/1939); 1.º golo: Carlos Nunes
Entrada com o pé esquerdo na prova rainha, ao perder em Guimarães, um resultado que viria a retificar na segunda mão ao golear os minhotos por 11-1. Nas 80 edições da prova, contando com a atual, o FC Porto foi à decisão 30 vezes, vencendo 16 troféus.
FC Porto-Boavista, 1-2 (Supertaça, 17/08/1979); 1.º golo: Romeu
Os dragões são os grandes dominadores da Supertaça, com 21 troféus, mais do que todos os outros clubes juntos. Porém, a estreia correu mal. Em pleno Estádio das Antas perdeu para o vizinho do Bessa, que acabou com nove mas aguentou a vantagem.
Fátima-FC Porto, 0-0 (Taça da Liga, 26/09/2007); 1.º golo: Farías
Arrancou com um escândalo a participação do FC Porto na única prova interna que ainda não tem no Museu. Orientado por Rui Vitória, o Fátima, da II Liga, arrancou um empate sem golos, eliminando os portistas nos penáltis na primeira ronda.