"A festa da Taça, em Portugal, é uma treta. Este jogo devia ser ao fim de semana"
Dumiense, clube que joga pela primeira vez nos Nacionais, vai estrear-se contra uma equipa da I Liga. Plantel é amador e o treinador lamenta a data.
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Sessenta anos depois da fundação, o Dumiense vive esta tarde mais um momento histórico. O emblema da freguesia de Braga, liderado por Mário Paulo, administrador do Colégio João Paulo II e presidente da SAD e do clube, está pela primeira vez na Taça de Portugal e vai, assim, estrear-se contra equipas da I Liga.
"Sobre o jogo em Famalicão digo que a festa da Taça, em Portugal, como em muitos outros assuntos, é uma treta. Este jogo devia ser ao fim de semana, quando as gentes de Dume pudessem estar presentes e fosse realmente uma festa", defende André Brito, treinador de 32 anos que na época passada conduziu a equipa à histórica subida aos Nacionais.
Como 60 por cento dos jogadores, do plantel de 24, são amadores, jogar a meio da semana não é fácil. "Os jogadores que têm trabalho e toda a equipa técnica vão ter que pedir ausência do trabalho, o que demonstra que não existe essa festa do futebol", lamenta o técnico natural de Barcelos, considerando ter "um por cento" de possibilidades de eliminar o Famalicão. "Vamos esperar que os astros se alinhem e que o Dumiense faça alguma coisa engraçada", desejou.
Fernando Nélson, antigo lateral internacional que passou por FC Porto, Sporting, Salgueiros, V. Setúbal e foi campeão do Mundo de sub-20, em 1991, é diretor-geral do Dumiense desde 2017. "Queremos fazer um campeonato positivo, mantermo-nos na posição onde estamos e depois, na próxima época, tentarmos apetrechar-nos e aspirar a outros voos", apontou, não escondendo que a equipa "está a fazer um brilharete dos grandes na Taça". Defrontar um clube da I Liga "é mais um momento histórico" do clube que tem 270 atletas.
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O Famalicão-Duminense, da quarta eliminatória da Taça de Portugal, inicia às 15h00 desta quarta-feira.