As claques, em grupos organizados de 20, furam o apelo à não deslocação aos estádios, mas não é um comportamento ilegal ou desrespeitador das regras sanitárias. O desafio será ao nível dos comportamentos.
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A possibilidade de as claques organizadas, legais ou não, se deslocarem às imediações dos estádios onde as equipas que seguem jogarão as últimas 10 jornadas da I Liga está a provocar alguma desconfiança junto das autoridades e das comunidades.
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No entanto, já não há limitações legais para a deslocação de pessoas no país e, à exceção da metrópole lisboeta, os agrupamentos de cidadãos podem ser, no máximo, de 20. Portanto, tudo vai depender da forma como, em termos de ordem pública e medidas sanitárias vigentes, se comportarão as claques que não corresponderem aos apelos generalizados, já efeitos, pelos clubes, Liga e Federação Portuguesa de Futebol.
O exemplo dos SuperDragões, que já anunciaram a presença de vários grupos de 20 adeptos em Famalicão, poderá vir a não ser o único. Mas sendo o Famalicão-FC Porto o primeiro (quarta-feira) que envolve um dos emblemas com maior massa adepta, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, viu-se obrigada a uma intervenção, ontem, sobre o assunto: "O parecer da DGS implica que não devem existir aglomerações junto dos estádios e também no que toca a ajuntamentos em cafés". "É um apelo à responsabilidade. O vírus está a circular, não desapareceu. Ele vai fazer o seu percurso. Não esconde se é uma pessoa rural, rica ou pobre. Aqui, deixo um grande apelo: ver os jogos, sim; ficar contente com os resultados, sim. Mas respeitando as regras, quer em redor dos estádios, quer nos cafés ou associações", insistiu.
DGS apelou à não aglomeração; Polícia prepara medidas de contenção nos perímetros dos estádios
O JOGO ouviu uma fonte da PSP envolvida nos procedimentos de segurança junto a estádios, que esclareceu: "Serão tomadas medidas para se cumprirem as regras em vigor, quer de distanciamento, quer outras, pelo que não serão permitidas aglomerações. Se os adeptos aparecerem em grupos, terão de cumprir. A polícia tudo fará para manter a segurança dos intervenientes, a ordem pública e o cumprimento das regras estabelecidas pela Direção-Geral da Saúde".
É certo que os estádios terão, agora, mais condicionamentos nos seus perímetros, mas será com base nos critérios de segurança dos cidadãos, de ordem pública e das regras sanitárias que a PSP agirá: "Estamos preparados para adequar os seus procedimentos aos comportamentos que se verificarem no local".
É ainda de admitir que a Polícia adote medidas de contenção nos perímetros de cada recinto, com vista a condicionar ainda mais ajuntamentos. Ou seja, que os próprios perímetros tenham mais zonas de segurança e menos espaço para grupos, mesmo que estes estejam conforme as regras da DGS.