A análise aos jogadores do Braga: Paulinho para a história escrita por Medeiros
Confira a análise às exibições dos jogadores do Braga no empate (3-3) com o Leicester, na quarta ronda da fase de grupos da Liga Europa.
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Matheus 6
Não foi por ele que a vitória fugiu. Apesar de uma atrapalhação, perto do fim, foram mais as vezes em que surgiu a emendar erros alheios, nomeadamente, de Bruno Viana (28"). No 2-2 tentou, em vão, evitar o golo.
Tormena 5
Durante a maior parte do tempo, foi o central que menos intranquilidade revelou, mas não foi suficiente para resistir ao segundo tempo do Leicester.
Bruno Viana 4
Voltou a alternar intervenções positivas no eixo da defesa com decisões tardias e comprometedoras, como a que, aos 28", deixou Cengiz Under em posição privilegiada para marcar. Aos 63", Vardy marcou mesmo, mas em fora de jogo.
Sequeira 6
À prova de hesitações no momento defensivo e com a velocidade que gosta de colocar no corredor esquerdo, foi um dos protagonistas do melhor período da equipa, envolvido na manobra ofensiva. Aos 57", viu o espaço livre ao segundo poste, meteu lá a bola, mas ninguém apareceu para a emenda.
Ricardo Esgaio 5
Foi um desafio ingrato para o lateral-direito, que se deu quando se tratou de avançar no terreno e foi a vítima preferida do Leicester, quando, no segundo tempo, a equipa inglesa investiu fortemente no ataque aos pontos.
Al Musrati 6
Espelho dos sobressaltos que o Braga impõe a si próprio, entre o acerto e a precipitação, o médio assinou o primeiro golo, logo a abrir a partida, generoso no apoio às investidas de Iuri Medeiros contra a defesa. Veio de trás, marcou e, cinco minutos depois, um erro abriu caminho ao 1-1.
Castro 6
Surpreendido no lance do primeiro golo, não se deixou perturbar e assegurou o domínio do meio-campo, exercício bem mais duro no segundo tempo.
Galeno 7
Não marcou, mas assistiu Fransérgio no golo mais improvável do Braga, aos 90", quando o Leicester era mais perigoso (como se confirmou depois). O extremo foi tudo o que o Braga quer ser, numa combinação rara de fulgor atacante e de energia para defender, tarefa a que se dedicou de princípio a fim e até lhe valeu um cartão amarelo.
Ricardo Horta 6
Com liberdade de movimentos no ataque, esteve no bonito desenho do segundo golo com a assistência para Paulinho, que o companheiros quis devolver (45"), mas chegou atrasado. Saiu quando foi preciso dar solidez à defesa.
Paulinho 7
Uma bela exibição mais para a história do Braga: marcou e ultrapassou Alan no topo da lista dos goleadores do Braga nas competições europeias (12). Schmeichel não o deixou ir mais longe nestas contas: aos 67", evitou que bisasse com uma defesa para canto.
Raúl Silva 4
Entrou aos 70, por troca com Ricardo Horta, para responder à necessidade de apertar a malha defensiva. Aos 75", antecipou-se a Albrighton com um corte para canto, mas, não conseguiu evitar a desilusão nos descontos.
Fransérgio 7
Recuperado da covid-19, teve um regresso em cheio, com um golo no minuto 90 que deixou a vitória tão perto.
Guilherme Schettine 4
Lançado à beira do fim, ajudou como pôde.
André Horta 4
Tentou dar equilíbrio à equipa numa fase ingrata, face ao desfecho com sabor a pouco.
A FIGURA
Iuri Medeiros 7
A teimosia de acreditar na felicidade
Iuri Medeiros esteve em dois dos três golos do Braga, ou não fosse ele um dos intérpretes privilegiados da filosofia de uma equipa que acredita e joga para finais felizes, encantada com a baliza que o açoriano namorou com a persistência e criatividade. No 1-0, foi ele quem, por duas vezes, rematou na área contra a defesa, antes de Al Musrati aparecer a encostar para o fundo da baliza e, na bela jogada do segundo, foi a arte dele, alheia aos defesas, a colocar a bola em Ricardo Horta, para Paulinho finalizar. Acreditar e jogar para ganhar com alegria é uma virtude - e um espectáculo.