4x4x2 no Sporting de Rúben Amorim começa chumbado: "Viu-se como a equipa tem dificuldades..."
Introdução da linha de quatro defesas não convence Leonel Pontes e Rui Pedro Silva, que apontam vulnerabilidades ao esquema
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Contra o Genk, na quarta-feira, Rúben Amorim usou pela primeira vez um 4x4x2 como plano inicial. A experiência começa chumbada, de acordo com Rui Pedro Silva e Leonel Pontes.
A O JOGO, técnicos consideram que para conjugar dois avançados o 3x5x2 ganhará peso nas próximas semanas. Opiniões divididas quanto ao uso de Inácio como médio construtor.
"Será uma alternativa para modificar um jogo e não um plano inicial. A linha de cinco é difícil de mudar, tem sido padronizada com o Rúben [Amorim]. Viu-se como a equipa tem dificuldades com a inferioridade no meio-campo", principia a O JOGO o ex-treinador do Famalicão.
"Têm de se experienciar vários sistemas de jogo e o que o Rúben fez ontem [quarta-feira] é normal. Tem de testar. Mas a linha de quatro dá mais espaço aos adversários. Como os centrais têm deslocamento maior, aumentam as dificuldades do Coates e do Inácio, que não são muito rápidos. Faltam laterais de outro perfil. Não valorizo demasiado esta ideia. Está claro é que o Rúben quer ter um plano alternativo", vinca Leonel Pontes. O ex-treinador do Sporting destaca que a equipa "fica mais vulnerável no 4x4x2 do que no 3x5x2" e realça as competências que Amorim procura com dois avançados.
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"Pode ter um avançado mais fixo, outro com mais mobilidade. E existem jogadores como o Trincão, o Pedro Gonçalves e o Edwards, que podem estar na posição '10'. Há jogadores para apostar no 3x5x2, porque tanto pode estar um trinco atrás da dupla de médios como um criativo mais à frente do duplo pivô. Há variabilidade. Pode ser bom", completa Pontes, asseverando que a contratação de Gyokeres "não implica apostar sempre em dois avançados" e que, em duelo direto, é "Paulinho que deve ir para o banco."
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Rui Pedro Silva avança que o plano do Sporting pode manter apenas um avançado, mas entre o 3x5x2 e o 4x4x2 vota na manutenção da linha de três centrais. "O Rúben sempre gostou de ter bola entre linhas e o avançado sempre baixou para jogar. Edwards, Trincão e Pote podem jogar nas costas dos avançados", detalha, lembrando a principal diferença para o 3x4x3: "O 3x5x2 obriga a que os médios-centro corram muito para pressionar os laterais. No 3x4x3 são os extremos a fazer a primeira pressão".
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Por vezes, Gonçalo Inácio subiu a médio para dar circulação de bola. Não há unanimidade quanto ao canhoto. "Ao Inácio vejo dificuldades sob pressão. Precisa de espaço e a central joga de frente para o jogo, no meio-campo não. Tem qualidade no passe curto e longo, mas não é muito ágil e vai ser muito pressionado", advoga Pontes. "O treinador avalia o que tem. Com Diomande, Coates e Matheus Reis, Amorim tem opções lá atrás. Poderá funcionar para dar superioridade no meio-campo como último recurso. Tem qualidade na decisão, faz receções orientadas", perspetiva Rui Pedro Silva, avaliando Inácio como solução interna à falta de novo médio no plantel.