O tunisino garante que já acenou com dez milhões para adquirir o capital agora em processo de aquisição pela V Sports. Diz ser capaz, inclusive, de melhorar essa oferta
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Aos 59 anos, Ziad, na qualidade de ilustre antigo futebolista do Vitória e homem empreendedor na sua esfera geográfica, é um espetador atento da realidade do clube minhoto e garante ter sido surpreendido por esta badalada venda de capital da SAD ao fundo detido por Nassef Sawiris, passível de concretização muito breve, já que os sócios terão hoje oportunidade de aprovar uma aquisição de 46 por cento de capital da sociedade desportiva dos vimaranenses.
O tunisino garante que já acenou com dez milhões para adquirir o capital agora em processo de aquisição pela V Sports.
"Não sei se os sócios vão aprovar já esta entrada da V Sports. Se o fizerem, nada feito quanto aos meus planos. Gostaria de ser chamado a apresentar a minha proposta. Seria seguramente muito melhor do que esta e sem juros. O Vitória tem de sair a ganhar", frisa o antigo jogador dos minhotos, que recua um pouco no tempo para lembrar que já tinha tentado investir nos vimaranenses. "Esta parceria com o dono do Aston Villa foi uma surpresa desagradável. Não entendo muito bem esta situação. Tentei adquirir esta mesma percentagem a Mário Ferreira anteriormente e ele não aceitou. Eu oferecia o dobro, eram dez milhões! Gostava que me explicassem melhor", enfatiza. "Teria gostado que a Direção tivesse avisado que ia colocar ações no mercado para que chegassem mais propostas e ganhasse a mais forte e credível junto dos associados, detentores sempre da última palavra", alerta Ziad.
Tunisino foi avançado emblemático do clube nos anos 90, chegou a ser elemento ligado à lista de Júlio Vieira de Castro como potencial diretor-geral e agora quer ser acionista forte da SAD.
O tunisino não se esconde quanto aos seus afetos pelo Vitória, onde jogou largas temporadas, alinhando em 134 jogos e anotando 47 golos. Empresário bem-sucedido, não esquece a passagem por Guimarães e um clube que o marcou decisivamente, ao ponto de se envolver já em 2018 no processo eleitoral, aparecendo como diretor-geral do candidato Júlio Vieira de Castro, derrotado então por Miguel Pinto Lisboa. Foi, nessa fase, que Ziad desenvolveu contactos que passavam por convencer Mário Ferreira a libertar-se do seu capital. "Era uma proposta minha e de mais uma pessoa. Eu levo anos com a certeza que o Vitória me interessa como futuro investimento. Mas não numa perspetiva mercantilista, é com visão e estratégia e com ADN do Vitória. Acho importante haver essa possibilidade de quem quer investir ter também algum tipo de ligação afetiva e compreender a cidade e o clube, que terá de ser sempre maioritário na SAD" exorta o antigo jogador.