Jornal de Notícias informa esta segunda-feira que o Tribunal de Guimarães determinou a suspensão provisória do processo para mais três arguidos.
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O Jornal de Notícias informa esta segunda-feira que o Tribunal de Guimarães decretou a suspensão provisória do processo envolvendo todos os arguidos do caso Marega, um dos mais badalados episódios de racismo no futebol português.
Depois de um dos arguidos ter visto o processo suspenso no ano passado, a publicação informa que foi agora determinada a suspensão provisória para outros três.
A suspensão provisória de um processo é uma solução para crimes tidos como de menor gravidade. Neste caso, o arguido em causa livra-se da acusação mediante condições propostas pelo Ministério Público e que o juiz de instrução criminal tem de aceitar. Neste caso em particular, os três arguidos terão de entragar ao Estado, no espaço de três meses, mil euros. Mas há mais: durante um ano não podem aceder a recintos desportivos, terão de se apresentar na polícia em jogos do V. Guimarães e terão de pedir desculpa não só a Marega como ao clube minhotoatravés do jornal "Desportivo de Guimarães".
"Investigação do caso Marega acaba sem culpados na Justiça", pode ler-se na peça, que pode ler na íntegra aqui.
O jogo em causa, entre vitorianos e FC Porto, ocorreu no dia 16 de fevereiro de 2020. Por volta dos 70 minutos, pouco depois de ter marcado o golo da vitória azul e branca, Marega, que já alinhou nos vimaranenses, pediu para ser substituído e acabou mesmo por abandonar o relvado, agastado com cânticos de natureza racista que lhe estavam a ser dirigidos por adeptos do V. Guimarães, com sons a imitar macacos.
O advogado dos arguidos, Pedro Carvalho, disse à Lusa que os seus clientes já tinham tomado a iniciativa de comunicar ao processo estarem disponíveis para pedir desculpas pessoais a Marega. "O Ministério Público com a concordância do Juiz de Instrução e do Vitória Sport Clube, e sem oposição do Moussa Marega, aceitaram esse pedido de desculpas que deverá ser público e dirigido não só a Moussa Marega mas também ao Vitória Sport Club, uma vez que o clube veio a ser injustamente penalizado pela atitude de alguns adeptos, comportamentos esses ao qual aquele era alheio", refere.
O advogado refere ainda que os arguidos pretendem pôr fim a este processo e também, com esta atitude, "responsabilizar-se pelos seus atos aos quais o Vitória Sport Clube, os vitorianos e os vimaranenses são alheios e que, no entanto, estavam aqueles a ser julgados indevidamente na praça pública".