"Era impensável, há três anos, que o Tondela jogasse a final da Taça de Portugal", afirma Belenguer
Líder da SAD beirã, em entrevista à "Marca", admite que não esperava ver o clube, face à sua dimensão, na decisão da prova-rainha, revelando que ainda causa surpresa na cidade, mas expressa confiança em erguer o troféu. Dirigente espanhol assume, dada a recente despromoção, ser difícil permanecer na Liga Bwin "durante muitos anos", mas a missão a levar a cabo após ir ao Jamor é recolocar o emblema no escalão maior
Final da Taça: "É algo incompreensível. Era impensável, há três ou quatro anos, quando aqui chegámos. Bem como em toda a história de Tondela. As pessoas ainda não conseguem acreditar que vamos jogar a final da Taça e a final da Supertaça. Para um clube tão pequeno e do interior do país como este, ter a oportunidade de jogar em duas finais nacionais é um momento muito agradável e emocional. Temos de o desfrutar."
Dificuldade com FC Porto: "Se jogar uma final, é normal que tenha um adversário difícil. Num campeonato não, porque a entidade dos clubes é mais percetível, mas num jogo tudo pode acontecer. Se eles têm um mau dia, nós um bom dia, se os jogadores estiverem certos ofensivamente e defensivamente... É por isso que é futebol, é por isso que é tão bonito... porque é talvez um dos únicos desportos onde algo assim poderia acontecer."
Dimensão do Tondela: "É um clube muito pequeno. Quando chegámos era uma instituição sem fins lucrativos e criou-se a SAD. Graças ao trabalho de Gilberto Coimbra, presidente do clube, com uma boa promoção dos jogadores e após uma série de sucessos, chegámos à primeira divisão. Estivemos lá muito tempo, a fazer pequenos milagre, face ao nível e as limitações em termos de orçamento, instituição e apoios. É muito difícil para um clube como este permanecer na primeira divisão durante muitos anos."
Futuro do Tondela: "Primeiro temos de jogar a final da Taça, estando conscientes de que temos de separar uma coisa da outra [despromoção]. A partir do dia seguinte, começaremos a construir para voltar a competir na primeira divisão. É doloroso e difícil gerir esta situação, individualmente e como grupo, mas é o futebol e é a lei da vida. Não somos os primeiros e não seremos os últimos a ser despromovidos, especialmente em clubes com este perfil."