Jogador de 19 anos não se compromete com uma meta de golos para a temporada e salienta uma luta saudável com o rival de posição. Para a Supertaça, diz ainda faltarem afinações.
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Tiago Tomás é, aos 19 anos, um dos maiores projetos do Sporting. Foi campeão e nem a entrada de Paulinho, recrutado em janeiro ao Braga, lhe tirou espaço.
Seja a atacar pela direita ou no centro, o formado em Alcochete destaca, em entrevista exclusiva a O JOGO, a vontade de continuar a crescer, especificando o que aporta à equipa.
Na formação destacou-se mais a jogar como avançado centro, mas com a entrada de Paulinho na equipa acabou por ser desviado, em vários jogos, para a direita. Sente-se confortável?
-Fiz as duas posições ao longo da formação, mas nos últimos anos estava a jogar mais como avançado centro, sim. É onde me sinto mais confortável, devo admitir. No entanto, sinto que as minhas características dão resultado em posições diferentes num determinado tipo de jogo. Ganhamos coisas comigo a avançado centro em alguns casos, noutros beneficio jogando mais à direita. Varia consoante o adversário e quero é jogar.
Se tivesse de escolher a melhor qualidade para se descrever, qual seria?
-Diria que o facto de conseguir explorar bem a profundidade.
O que teve de aprender ao jogar pela direita?
-Na direita tive de entender como jogar entre linhas, algo para o que não era tão solicitado e que, verdadeiramente, não precisava durante os jogos. Tenho vindo a tentar melhorar e estou confiante que irei crescendo ao longo do tempo no que for pedido.
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Em 37 jogos em 2020/21 marcou seis golos. Estabelece metas para melhorar os números da temporada?
-Não, uma meta não. Quero fazer melhor do que no ano passado, isso é certo. No entanto, não faço apostas, não penso no números de golos que me deixaria satisfeito. Não tenho uma expectativa específica quanto aos golos. Não gosto de criar objetivos porque posso ficar aquém dessas projeções. Quererei é dar o máximo. O resto vem por acréscimo.
Concorre com o Paulinho por um lugar na frente de ataque. Considera-se parecido com ele?
-Somos jogadores que oferecem coisas diferentes durante um jogo, mesmo jogando na mesma posição.
O que mais gostava de lhe poder "roubar"?
-Certamente que lhe tiraria a capacidade de proteger a bola, a forma como ele consegue ligar o jogo estando a jogar de costas. E a finalização também, claro.
Também inclui a finalização de cabeça e o pé esquerdo nessa inveja?
-Sim, gostava de ter essa capacidade no cabeceamento. Também gostava de ter o pé esquerdo dele, mas de certeza que ele quereria o meu direito também [risos].
Terão agora o jogo da Supertaça. O míster já lhe disse que vai ser titular?
-Não disse ainda [risos]. Estamos a trabalhar as nossas estratégias, o que queremos tirar do jogo com o Braga. Obviamente que lutamos sempre por um lugar na equipa e certamente que ficaria contente por ser titular porque todos trabalhamos para isso.
Atualmente, o Tiago é um dos jogadores do plantel principal que veio da formação. Os mais novos pedem conselhos?
-De vez em quando, mas acima de tudo os jovens estão a perceber que aqui têm oportunidade. Há uma porta aberta na equipa A. Eles acreditam, mais do que nos anos anteriores.
Pensava ter esta chance quando estava nos iniciados, por exemplo?
-Pensava de uma forma diferente nos iniciados e via que era muito longe, que tinha um longo caminho. Não era tão fácil. No entanto, em meses passei dos juniores para a equipa principal e temos de estar preparados para os saltos que vão acontecendo. Chegar ao futebol profissional sempre foi o meu sonho e conseguir vencer dois títulos o ano passado tornou tudo ainda mais importante.