Asfixia bancária exige mais cortes: reduzir massa salarial é o objetivo do Sporting
Passivo da sociedade que gere o futebol leonino baixou para 304 M€, mas a dívida ao Novo Banco e BCP ronda os 120 M€. Leões esperam fechar um novo acordo de reestruturação financeira mais vantajoso.
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A redução da massa salarial global da SAD, sabe O JOGO, continua a ser um objetivo da administração da sociedade, em concreto do administrador financeiro, Francisco Salgado Zenha, e do presidente, Frederico Varandas.
Os primeiros seis meses do ano já foram ao encontro desse pressuposto, com um decréscimo de 741 mil euros face a período homólogo, porém está longe do pretendido pelos dirigentes leoninos, que, sem estabelecer metas, olham para o bolo na ordem dos 70 milhões de euros (M€) anuais como demasiado elevado para o desejado.
Este valor em baixa, face a dezembro de 2018, resultou da reestruturação do plantel, que levou ao pagamento de indemnizações de 6,5 M€, estimando os dirigentes leoninos uma poupança futura a rondar os 35 M€. Neste âmbito, as remunerações desceram no último semestre, entre jogadores e pessoal, cerca de 5,3 M€.
Os dirigentes leoninos, como o nosso jornal oportunamente deu conta, continuam a trabalhar na reestruturação da dívida existente, em particular no que concerne à posição do Novo Banco, sendo que a mesma se cifra, às duas entidades bancárias credoras do Sporting - o banco citado e o Banco Comercial Português -, em 120 M€. "O Sporting está completamente estrangulado pelos bancos", admitiu recentemente Francisco Salgado Zenha, em entrevista ao "Expresso", dando conta igualmente da necessidade de "alargar a asfixia" dos bancos motivada pelo que considera um acordo-quadro de reestruturação financeira em vigor "descontextualizado".
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Certo é que o total do passivo da SAD ascende aos 304 M€, isto segundo o último relatório e contas semestral, apresentado sexta-feira passada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), sendo que uma das grandes preocupações dos dirigentes leoninos é a dívida a fornecedores. É que esta passou de 47,9 M€ para cerca de 50,7 M€, dividindo-se em 17 M€ a clubes, 20,1 M€ a empresários e intermediários, além de 13,5 M€ de outros fornecedores correntes, a pagar no espaço de um ano.
Bas Dost voltou com salário de 6 M€
bbb O caso de Bas Dost é provavelmente um dos exemplos mais elucidativos da necessidade da administração de reduzir a massa salarial para controlar as finanças desde que assumiu funções: o ponta de lança, que rescindiu unilateralmente após o ataque à Academia Sporting, voltou sob a liderança de Sousa Cintra, assinando um contrato que previa um ordenado bruto acima dos 6 milhões de euros por temporada.
Completamente afastada da realidade verde e branca, a conjuntura acabou por ditar a sua saída, neste caso por cerca de 7 milhões de euros e rumo ao Eintracht Frankfurt. Varandas assumiu mais tarde ser impossível ao Sporting pagar este tipo de salários, ou seja, que ia gerar poupança.