"Não aceito, com o respeito que tenho pelos três clubes, perder pontos da forma como perdemos"
Declarações de Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, após o triunfo por 2-1 sobre o Atlético de Madrid e apuramento para os "oitavos" da Champions no primeiro lugar do grupo B.
FC Porto podia ter goleado se finalização tivesse sido melhor? "Claro. Não acredito, tenho a certeza. Se fôssemos mais eficazes em termos ofensivos o resultado seria outro. É normal. Faz parte do jogo. Temos de olhar para este jogo de outra forma. Obviamente que não necessitávamos, olhando para o resultado, que as pessoas entendam que foi um jogo equilibrado, porque não foi. Fomos superiores. O jogo de hoje era difícil, pela necessidade do Atlético ganhar para se manter na Europa, entre aquilo que são alguns comportamentos padrão desta equipa, perceber que tinham de arriscar um bocadinho mais... E hoje viu-se na equipa inicial. Com Witsel e De Paul no corredor central, Giménez, Félix, Correa, gente muito de cariz ofensivo... Nós tínhamos de perceber que era mais importante olhar para nos do que para o adversário. Entendendo que há certas características que a equipa de Simeone não abdica. Jogadores jogam há muitos anos juntos, a equipa técnica está lá há muitos anos também. Perceber isso e depois focar-nos na nossa equipa, o nosso jogo, a nossa dinâmica com e sem bola. Acho que tivemos momentos que roçaram a perfeição, sem bola fomos sempre uma equipa muito humilde, compacta, agressiva. E com bola faltou-nos se calhar sermos um bocadinho mais eficazes a frente do Oblak. Mas isso faz parte do crescimento e evolução desta equipa, normal e natural."
O que o FC Porto pode fazer na Liga dos Campeões? "Quero pensar no Paços de Ferreira, no campeonato e no que não fizemos no fim de semana que passou. Não aceito que uma equipa que faz isto - qualidade de jogo, intensidade, forma como abordámos em termos estratégicos que apanhámos pela frente -, não aceito, com o respeito que tenho por Santa Clara, Estoril e Rio Ave, perder pontos da forma como perdemos. Temos de ir atrás, temos de nos focar no trabalho diário e pensar que os verdadeiros campeões são os que se mantêm sempre a alto nível. Pode não sair bem tecnicamente uma jogada, pode um dia ser de menos inspiração, mas a transpiração tem de estar sempre. E transpiração não quer dizer que esta equipa ande a correr à toa. Não é nada disso. É correr de forma organizada, ter uma mentalidade vencedora. Perceber que, por vezes, jogando contra adversários que teoricamente não são tão fortes ou não são adversários de Liga dos Campeões, são adversários que nos criam diferentes dificuldades e nós temos de ter diferentes soluções para esses adversários. Se formos assim, se tivermos esta mentalidade, vamos até ao fim, juntos e fortes, dar muita luta ao rival que vai na frente."