O percurso de Reinaldo Teles: o menino que se fez tio no FC Porto
Reinaldo Teles faleceu esta quarta-feira, vítima da covid-19.
Reinaldo Costa Teles Pinheiro nasceu em Paços de Ferreira, a 14 de fevereiro de 1950.
Aos 12 anos, já estava ligado ao FC Porto, como praticante de boxe, modalidade na qual se sagrou campeão regional e campeão nacional e da qual se tornou chefe de secção em 1979.
Quem exercia esse cargo quando Reinaldo calçou as luvas pela primeira vez era Jorge Nuno Pinto da Costa. Assim começou uma sólida relação de amizade, confiança e lealdade.
O presidente encontrara um braço direito. Quando assumiu a presidência do clube, em 1982, apostou em Reinaldo Teles para o cargo de diretor-adjunto para o futebol. Passaram quatro anos até ser convidado a integrar os órgãos sociais do clube e, em 1988, após o falecimento de Luís Teles Roxo, Reinaldo assumiu a liderança do departamento de futebol sénior.
Sempre muito próximo de Pinto da Costa, dos jogadores e dos treinadores, e tão ativo quanto discreto - "quem fala do futebol é o presidente", dizia várias vezes - Teles chegou à vice-presidência da Direção em 1990 e, com a criação da SAD, em 1997, passou também a integrar o leque de administradores. Na última eleição, contudo, Reinaldo já estava na qualidade de administrador não executivo.
Recebeu o Dragão de Ouro para dirigente do ano em 1989 e o Dragão de Honra em 1998. Pelo meio, em 1994, foi elevado a Sócio Honorário pela Assembleia Geral.
Reinaldo Teles esteve, portanto, intimamente ligado ao crescimento do FC Porto. Ao salto nos títulos nacionais e às sete conquistas internacionais. De estilo reservado e simples, Reinaldo ficou conhecido por "tio" e admitia que tratava os jogadores como "uns filhos". Estes, ao longo de várias gerações, também gostavam de lhe chamar "chefinho".