Pinto da Costa: "Nunca tive assessores de imprensa para um dia ser presidente do FC Porto"

Pinto da Costa: "Nunca tive assessores de imprensa para um dia ser presidente do FC Porto"

Pinto da Costa marcou presença no evento Mundo Azul e Branco

Pinto da Costa marcou presença no tributo das casas do FC Porto as 40 anos de presidência, designado Mundo Azul e Branco, tendo feito um discurso em que abordou diversos assuntos.

"Quando terminar, espero que daqui a muito tempo para chatear alguns, tenham a certeza que vou levar-vos a todos no coração. Continuo a ter todos os sonhos do mundo. E nesses sonhos estão incluídas todas as vitórias possíveis em todas as modalidades do FC Porto, mas está também incluído o bem-estar de todos os dragões, de cada um de vós", afirmou.

O líder dos dragões aproveitou ainda para explicar as habituais referências ao centralismo: "Quero que todo o país sinta o FC Porto, não como alguém que tem um certo estado de espírito contra o resto do país, mas ao contrário, alguém que quer unir o país, não estando sujeito a qualquer centralização", concluiu.

"Quero envolver-vos num abraço de amizade, carinho e agradecimento por espalharem o nome e a glória do FC Porto por todas as partes do mundo. Peço a cada um que idealize e se ponha no meu lugar. Venho falar para todos vós num momento em que tenho tanta emoção, amigos e passado recordado. Não é fácil dizer-vos muita coisa. Os meus filhos e a minha mulher costumam dizer que o FC Porto é a minha vida. Não é só a minha vida, mas é grande parte da minha vida. O meu primeiro cartão de dirigente tenho-o numa data em que a maior parte de vocês não eram vivos. É de 1962. A partir daí, de lugar em lugar, fui servindo o FC Porto", disse Pinto da Costa.

"Nunca tive o sonho de ser presidente do FC Porto, nunca tive assessores de Imprensa e de imagem para que um dia fosse presidente do FC Porto. Fui presidente do FC Porto porque os sócios assim o quiseram e exigiram. E quando eu estava na dúvida se seria, ou não, capaz de aceitar o desafio que me punham, há 40 anos, num sábado, em que fui almoçar com a minha falecida e querida mãe, ela, que nunca tinha visto um jogo de futebol, perguntou-me: 'Olha, sempre vais para presidente do FC Porto?" E eu fiquei tão admirado como se ela me tivesse perguntado se eu iria à Lua ou para presidente da República. E perguntei-lhe: "Como é que a mãe sabe disso?", ao que ela respondeu "Ouvi na Bola Branca". Às 7h10 da manhã, ouvi que os sócios te querem lá. E eu: "O que é que a mãe acha?", perguntei, à espera que ela me respondesse "não sejas maluco, não te metas nisso". Só que ela respondeu: "Deves ir, a tua paixão desde pequenino é o FC Porto, se os sócios te querem lá é o teu destino, tens de ir." E esta pequena conversa foi decisiva para compreender que se até a minha mãe me dizia isto, aceitaria isso como destino durante o tempo que os sócios do FC Porto quisessem. Quiseram até hoje e estou muito grato por isso", concluiu.