"Nós temos os títulos da democracia, outros têm títulos do fascismo e das promessas"

"Nós temos os títulos da democracia, outros têm títulos do fascismo e das promessas"

Pinto da Costa recorda o período do fascismo, faz contas aos títulos do FC Porto depois do 25 de abril e, na entrevista ao Porto canal desta sexta-feira, critica a ideia de uma nova Superliga Europeia: "É como fazer uma sande de queijo sem queijo"

Outro tempo e a democracia: "Há um clube que no tempo do fascismo ganhou dois títulos europeus. E o que tem uma coisa a ver com com a outra? Não foi Salazar que foi meter os golos. Mas sabe porque tinha a melhor equipa? Porque havia jogadores que vinham das colónias com destino ao Sporting e eram desviados para o Benfica. Depois do 25 de abril, o FC Porto tem 64 títulos e sete são internacionais. Hoje em dia quem sai das antigas colónias vem para o clube que tem de vir.

Título europeu difícil e possível: "Nós temos os títulos da democracia, outros têm títulos do fascismo e das promessas, embora se esqueçam que o Bella Guttman ainda não fez 100 anos. Ainda alimento o sonho de voltar a ter um título europeu, mas não estou obcecado porque sei que é difícil. Nós não podemos contratar por causa do faiir play financeiro, mas depois vemos noticias do PSG e do Manchester City e percebemos que não temos as mesmas armas. Cada vez é mais difícil, mas eu e o FC Porto alimentamos esse sonho e acreditamos. Mas temos de ser realistas porque estas provas estão feitas para outros clubes..."

Superliga europeia: "É uma negação para a Europa. Podem fazer uma prova, mas não pode ser a Liga dos Campeões, tem de ser a Liga dos Ricos. Numa liga dos campeões têm de estar os campeões, senão é uma fraude. Em 1987 éramos todos campeões, hoje pode vir a ser campeão europeu um clube que não foi sequer campeão nacional. Fazer uma Champions League sem ter os campeões, não compreendo, é como fazer uma sande de queijo sem queijo. Podem fazer uma prova, mas não acredito numa Champions League nova"