Marchesín, Saravia, Uribe e Díaz não falaram com Sérgio: caso para resolver no regresso
O FC Porto procederá à reintegração dos quatro jogadores que estiveram na festa até horas impróprias, mas estes serão obrigados a lutar para reconquistar um lugar no onze.
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Marchesín e Saravia embarcaram, ontem de manhã, para o estágio da seleção da Argentina, em silêncio.
Afastados por Sérgio Conceição do dérbi da Invicta por terem estado até de madrugada na festa de anos da esposa de Uribe, tanto o guarda-redes como o defesa recusaram qualquer comentário sobre esse episódio, ou qualquer outro assunto, garantindo não terem sido autorizados a falar pelo FC Porto.
A verdade é que a dupla de argentinos, como Matheus Uribe e Luis Díaz, só saberão as totais consequências da infração disciplinar que praticaram quando regressarem das respetivas seleções nacionais. Esse é um assunto que o FC Porto quer apagar rapidamente, mas é obrigatório que os jogadores se retratem e conversem com Sérgio Conceição à chegada para que todos possam seguir em frente. Até à partida, não o fizeram.
Haverá, obviamente, consequências disciplinares que vão além da exclusão do jogo com o Boavista. A SAD vai aplicar uma multa aos quatro jogadores que estiveram até horas impróprias na festa organizada por Cindy Álvarez Garcia e aguardar pelas explicações individuais de cada um para se pronunciar. No sábado, logo após o que sucedeu, a situação não foi dissecado ao pormenor, até porque o momento era de concentração para o dérbi da Invicta e Conceição não quis que o foco fosse outro que não apenas o jogo com o Boavista. Os 19 convocados [já após a exclusão dos quatro] seguiram para estágio, venceram o Boavista e deram um sinal claro de compromisso, atitude que o treinador tem sublinhado nas últimas intervenções públicas. Alex Telles também assumiu "uma semana difícil" e vincou que o o grupo "é muito unido".
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Marschesín, Saravia, Uribe e Luis Díaz não estiveram no Bessa, ao contrário, por exemplo de Pepe e Sérgio Oliveira, que estão lesionados. Hoje já estão nas seleções da Argentina e da Colômbia e, pelo menos até à hora do fecho desta edição, não voltaram a conversar com Sérgio Conceição. Uribe pediu desculpa "a todos os que enviaram mensagens" e escreveu um longo texto nas redes sociais, em que faz mea culpa, tenta explicar o sucedido, garante que se deitou por volta da meia-noite [apesar de as fotografias provarem que isso não aconteceu tão "cedo"], depois de os colegas já terem saído. Marchesín ainda não se pronunciou, mas o seu empresário, Daniel Bolotnicoff, respondeu a O JOGO. "O que aconteceu, deve ficar dentro do balneário e ninguém de fora deve opinar. Não é oportuno fazer comentários sobre o tema", disse, a propósito das primeiras conversas entre os infratores e o resto do grupo. Matias Bunge, que intermediou a transferência de Luis Díaz para o FC Porto, pediu desculpas, mas também não se quis alongar a propósito. Óskar Olsen, que representa Uribe, remeteu para o texto do médio e Agustín Jiménez, que trata de Saravia, tinha o telefone desligado e não chegou a atender ou a responder ao contacto do nosso jornal.
A verdade é que o Conceição não foi contactado depois do caso ter vindo a público, não ouviu um pedido de desculpas e quer esclarecer cara a cara todos os detalhes deste assunto. O treinador vai aguardar pelo regresso dos quatro jogadores e dará depois ordem para a reintegração dos mesmos na equipa, até porque entende que o FC Porto só se poderá fortalecer com a ajuda de todo o plantel. Além do mais, é também entendimento do treinador e do FC Porto que o episódio deve ser devidamente circunscrito na medida do que realmente aconteceu e sem esquecer que, não obstante a infração regulamentar clara e o despropósito de uma festa fora de horas após uma noite longa depois da derrota em Glasgow, esta aconteceu num espaço e contexto muito específicos. Mas tudo dependerá da atitude dos visados quando estes regressarem. E isso só acontecerá na próxima semana.
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Treinador não deixa cair apostas no dérbi
Cada caso é um caso e a gestão da infração cometida por Marchesín, Saravia, Uribe e Díaz não terá de ser forçosamente tratada da mesma forma que aconteceu com Éder Militão. Na época passada, o central foi excluído da convocatória à primeira e ficou dois jogos seguidos no banco até que os novos titulares quebraram. Mas Conceição é um treinador de princípios e não deixará de valorizar o compromisso e a qualidade dos jogadores que foram apostas no Bessa.
Loum e Fábio Silva vão ter sequência de minutos nos próximos jogos, ainda que a titularidade de Fábio nada tenha a ver com qualquer infração dos outros avançados, mas apenas de momento. Loum funcionou bem ao lado de Danilo, pelo que Uribe deve ter de esperar para regressar à equipa. Luis Díaz também deve ter de aguardar, até porque há Otávio, Corona e Nakajima. O caso de Diogo Costa é de avaliação mais difícil, mas o mais provável é que o guarda-redes volte a ser aposta. No fundo, todos vão ter de justificar nos treinos e com o tempo o regresso às primeiras opções. E Conceição não deixará cair quem for respondendo a preceito.