Jorge Costa recordou o conflito com Otávio Machado e o momento em que foi substituído a um minuto do intervalo.
Corpo do artigo
Saída de Fernando Santos e entrada de Otávio Machado: "Jorge Andrade e Ricardo Carvalho eram dois belíssimos centrais. Não seria um problema se (Otávio Machado) fizesse dupla com o Jorge e o Ricardo. Às vezes na vida é melhor fazeres papel de burro. A história da braçadeira é mal contada. É verdade que fui provocado e sabem que fervo em pouca água dentro do campo. Houve uma provocação à qual me deixei levar. Com o V. Setúbal em casa estava 0-0 aos 44 minutos. Olho e vejo a placa com o número dois, pensei em dois minutos de compensação. Esperas pelo intervalo, tens uma conversa, explicas, se é que tinhas de explicar. Não saí contente. Estamos empatados em casa, não estamos a jogar nada. A história da braçadeira para o chão é mentira. Atirei-a ao Capucho, caiu ao chão. Fiquei revoltado com a substituição, não gostei. Depois obriga-me a pedir desculpa por uma coisa que não tive culpa. Orgulho falou mais alto, porque achava que não tinha de pedir. Faço um jogo na Escócia com o Celtic e já não sou capitão. Aí acabou".
Charlton: "Acabou por ser uma experiência magnífica. Podia ter saído para o Mónaco, houve convite do Barcelona, Não queria sair do FC Porto, não era o dinheiro que me movia e acabo por ser obrigado a emigrar. Por vezes tudo acontece com um sentido, nada acontece por acaso. Foram seis meses em que só volto porque era o FC Porto e porque tenho uma conversa muito séria com José Mourinho. O Charlton queria ativar a opção de compra. Mourinho liga-me e temos uma conversa à imagem de Mourinho e à minha também, muito séria, frontal. Falámos com toda a honestidade, em que não há promessa de que vou para jogar".
Mourinho, antes adjunto de Robson: "Era alguém com quem estava à vontade. Funciono muitos olhos nos olhos, não gosto muito de joguinhos. Fica decidido que voltaria e começo a ver as contratações. Digo com toda a frontalidade: perguntei o que vou fazer para ali. Fomos contratar jogadores ao V. Setúbal, ao Leiria, equipa B do Benfica. Aquilo assustou-me. Todos estes jogadores foram escolhidos a dedo. Paulo Ferreira, Derlei, Nuno Valente, Maniche... Entraram neste clube como uma luva. Tínhamos um grupo fantástico".