Recusou ser cedido mas garante: "Ainda sonho chegar à equipa principal do FC Porto"
Rui Pires entendeu que seria noutra realidade que poderia tornar-se um trinco mais completo e rumou aos franceses do Troyes. Danilo é uma referência.
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Usou a braçadeira de capitão do FC Porto aos 12 anos e não a largou até fechar o capítulo na equipa B. Sem lugar entre as opções de Sérgio Conceição, saiu para a II Liga de França para evoluir, aprender coisas novas e mostrar-se. O sonho de menino mantém-se. E a aposta na formação até parece ter chegado em força.
Fou capitão em todos os escalões do FC Porto e rumou ao Troyes para se mostrar noutro contexto. Os dragões têm opção para o resgatar
Como é que apareceu o convite do Troyes?
-O Troyes já me andava a observar desde o início da época passada e apresentou-me logo um projeto válido para se tivessem subido à I Liga ou ficassem na II Liga. Senti que era a altura certa para abraçar um novo desafio e sair da minha zona de conforto. Sei que o Troyes é um bom projeto para mim e com ambições de subida, daí ter tomado a decisão.
Que tipo de clube é que encontrou? Corresponde aos planos imediatos de carreira?
-É um clube muito bem organizado com condições ao nível das melhores equipas em Portugal. O plantel tem muita qualidade, com jogadores com experiência de I Liga francesa e seleções. Um mister experiente [Laurent Battles], foi jogador e treinador do Saint-Étienne. Quanto ao futuro, é um passo de cada vez, ainda sou muito novo, mas claro que quero, como todos, chegar ao mais alto nível.
Já passaram mais de dois meses. Que balanço faz desta primeira fase?
-Estou muito contente. Ajudaram-me bastante na integração, fui muito bem recebido. Procurei também aprender rapidamente o francês de forma a acelerar este processo. Pelos primeiros jogos vê-se que a II Liga de França é muito competitiva, com um futebol muito intenso e rápido. Estou certo de que vou evoluir bastante como jogador. Tem sido positivo a todos os níveis.
É público que o Paços de Ferreira teve interesse. Falou-se ainda de outros clubes. Porquê a opção por França?
-Tive vários clubes da I Liga interessados. Surgiram também clubes de Itália e Espanha. Quando aparecem várias propostas temos que ponderar e pedir opinião a quem está dentro do meio para ver onde eu conseguiria crescer mais e melhorar o meu jogo. Sou bastante jovem e o que pretendo é melhorar o meu futebol. As opiniões foram unânimes e orientadas para o Troyes.
Esperou, em alguma altura, ter uma oportunidade no FC Porto?
-Naturalmente que sim. Ambicionava um dia chegar à equipa principal do FC Porto, não o vou esconder. Era e é o meu grande sonho. Infelizmente ainda não consegui. Respeito quem toma as decisões, mas quem sabe no futuro possa cumprir o sonho.
O facto de o Danilo ter continuado, tendo ele a importância que tem, limitou as possibilidades de afirmação no clube?
-O Danilo é um grande jogador e uma grande figura do clube, mas não considero que a causa de não ter chegado à equipa principal seja ele. São opções de quem decide e só temos que respeitar. Quem sabe no futuro possa voltar...
Na sua mensagem de despedida frisou os 10 anos que passou no clube. O que ficam desses anos?
-Devo tudo ao FC Porto. As palavras que me ocorrem, sem pensar, são gratidão e obrigado. Este clube ajudou-me a cumprir o meu sonho desde criança que era ser jogador profissional. Fiz muitas amizades, parte da minha infância e adolescência foi passada na Casa do Dragão, a minha segunda casa, com pessoas extraordinárias e a quem sempre irei estar agradecido por tudo que fizeram e ainda hoje fazem por mim. E quero também agradecer a todas as pessoas com quem trabalhei ao longo dos anos.
Como vê o FC Porto neste início de I Liga?
-Como sempre, acompanho o FC Porto e vejo todos os jogos. As derrotas na Champions e no Gil Vicente não foram um bom começo, mas a vitória na Luz foi bastante importante para ganhar confiança e regressar ao ritmo de vitórias habitual.