Extremo está descontente no Al-Duhail, do Catar, e reabre as portas ao regresso ao futebol português. Empréstimo é a hipótese estudada. Salário, o grande problema
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O FC Porto está a estudar várias possibilidades para reforçar o lado esquerdo do ataque, na sequência da saída de Brahimi, que termina contrato, e não olha apenas para o mercado sul-americano, tendo, de acordo com informações recolhidas por O JOGO, feito contactos para perceber em que condições poderia receber Shoya Nakajimam atualmente ao serviço do Al-Duhail.
A transferência não é fácil de concretizar, devido aos valores, mas pode avançar se o emblema do Catar, orientado pelo português Rui Faria, aceitar ceder o jogador a título de empréstimo. Nakajima atua preferencialmente na ala esquerda e as suas qualidades são apreciadas por Sérgio Conceição. Aliás, o seu nome já foi várias vezes ligado ao FC Porto.
O JOGO sabe que Nakajima, de 24 anos, não se adaptou ao futebol e ao calor naquele país, além de estar descontente com a qualidade do campeonato e com as fracas assistências nos jogos. Por isso, está recetivo a mudar de ares, nomeadamente a regressar a Portugal para cumprir um desejo antigo.
Japonês que brilhou no Portimonense foi vendido por 35 milhões de euros em janeiro, mas a adaptação não está a correr bem.
"Se surgisse uma oportunidade futuramente, gostaria muito de jogar no FC Porto. Os três grandes, FC Porto, Benfica e Sporting, são muito respeitados em todo o mundo e são todos de qualidade, mas, entre esses três, gosto em especial das características e do estilo de jogo do FC Porto", admitiu o internacional japonês numa entrevista a O JOGO.
O grande entrave, como dissemos, é o dinheiro que estará envolvido. Nakajima foi vendido em janeiro por 35 milhões de euros [tornou-se no jogador japonês mais caro de sempre] ao Al-Duhail, onde aufere um salário milionário a rondar os 3,5 milhões de euros limpos por ano. Um valor absolutamente incomportável para os cofres da SAD do FC Porto. Para jogar no Dragão, o extremo japonês terá necessariamente de baixar o ordenado.
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No Portimonense, Nakajima fez 47 jogos oficiais e marcou 15 golos. Em janeiro mudou-se para o Catar, país que vai organizar o próximo mundial de futebol, onde disputou 16 jogos e assinou dois golos. O Al-Duhail terminou em segundo lugar o campeonato, atrás do Al-Sadd de Jesualdo Ferreira, mas conquistou a Taça do Catar ao vencer na final, precisamente, a equipa do antigo treinador do FC Porto.
No Catar, Nakajima aufere um ordenado de 3,5 milhões de euros limpos por ano. Um valor de que o FC Porto não pode sequer aproximar-se.
Shoya Nakajima está neste momento no Brasil, onde a seleção do Japão vai participar na Copa América. A edição deste ano da competição conta com duas seleções de fora do continente que foram convidadas e além dos japoneses também o Catar [país que vai organizar o próximo Mundial] integra o lote de participantes.
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Nakajima soma dez internacionalizações pelo Japão, que amanhã entra em ação frente ao Chile. O extremo que atuou no Portimonense não deve, porém, ser titular neste encontro de abertura do Grupo C, onde também se encontram as seleções do Uruguai e do Equador.