Fabiano treinou com o jovem dragão nas últimas duas épocas e, em entrevista a O JOGO, conta que logo na primeira lhe disse que tinha um futuro auspicioso.
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Cinco épocas no FC Porto, as últimas duas com Sérgio Conceição como treinador e com uma boa parte dos atuais elementos do plantel, fazem de Fabiano um dos ex-jogadores mais avalizados para abordar o momento da equipa, explicar de que forma esta reagirá ao caso que envolveu Marchesín, Saravia, Uribe e Luis Díaz e abordar o crescimento de um ex-concorrente. Tudo para ler nesta entrevista exclusiva a O JOGO.
Tem acompanhado a época do FC Porto?
-Sim, claro. Vou acompanhar o FC Porto para o resto da minha vida, porque é um clube pelo qual tenho um carinho muito grande.
Como avalia o desempenho da equipa até ao momento?
- A equipa está em fase de crescimento. Infelizmente, não conseguiu a qualificação para a Liga dos Campeões, uma competição em que o FC Porto tem sempre a ambição de estar presente. Até é estranho não ver o FC Porto disputar uma competição como essa. Mas está na luta na Liga Europa, que também é uma prova importante, e no campeonato, onde o equilíbrio é muito grande, porque as equipas têm plantéis mais ou menos semelhantes. O FC Porto ainda vai crescer muito até ao final da época.
Nos últimos dias foi público um caso disciplinar. Pelo que conhece, de que forma isso mexerá com o plantel, para o bem ou para o mal?
- O FC Porto é um clube diferente. Existe uma proximidade muito grande entre os atletas e os adeptos; a cobrança é enorme, ainda para mais quando os resultados não aparecem, como aconteceu no jogo que antecedeu esse episódio. Tudo isto faz com que a situação não seja bem-vinda. Mas isso vai passar.
Sem causar mossa?
- O Sérgio Conceição vai usar este caso para tornar o grupo ainda mais forte, porque o FC Porto precisa desses jogadores. Se olharmos para a última época em que o clube foi campeão, o que fez a diferença foi a união do grupo. No início da prova não se falava muito da qualidade do plantel e isso fez com que o grupo se fortalecesse. Os jogadores criaram laços de amizade muito fortes e a entreajuda entre todos era muita, independentemente de quem jogasse ou de quem estivesse bem ou não. Para quem disputa uma competição longa como é o campeonato, isso é muito importante, porque se encontram altos e baixos. Estou convencido de que o grupo vai ultrapassar essas barreiras todas. A história do clube foi feita de superação e união entre todos.
Um dos jogadores que acabou por beneficiar desse caso foi o Diogo Costa, com quem trabalhou durante duas épocas. Esta ascensão surpreendeu-o?
- Não. Criei uma amizade boa durante o período em que trabalhámos juntos e creio que logo no primeiro ano tive a oportunidade de lhe dizer que seria um grande guarda-redes.
A que nível o vê chegar?
- Acho que o Diogo ainda vai crescer muito. Ele tem um potencial muito grande, é um atleta consciente do que quer, é muito humilde, tem personalidade para ser guarda-redes, trabalha muito, sabe ouvir e está sempre atento aos que lhe procuram transmitir algo. Ainda se vai falar muito do Diogo Costa no FC Porto e em Portugal, porque ele vai dar muito ao FC Porto e à seleção portuguesa.
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"Se puder, Casillas vai voltar a treinar e jogar"
Fabiano competiu Casillas no FC Porto ao longo das últimas duas temporadas e não esquece facilmente o dia 1 de maio deste ano, quando viu o espanhol dar entrada num hospital portuense devido a um enfarte do miocárdio sofrido num treino da equipa. "Foi ele [Casillas] que passou por uma situação difícil, mas serviu de lição para muitas outras pessoas. Fez-nos refletir sobre a importância de aproveitar cada momento da vida e da profissão", refere o guarda-redes, que prefere não fazer prognósticos em relação a um eventual regresso do "Santo", embora imagine o que vai na cabeça do ex-companheiro. "Por vontade dele, o Iker já estaria a jogar. Mas sabe que não depende só dessa vontade. Correu risco de vida, mas, como acredito que está a ser acompanhado por médicos capacitados, se um dia puder voltar a treinar e a jogar, ele voltará", perspetiva.
"Omónia é um bom desafio"
Depois de uma temporada em pleno no FC Porto, com jogos disputados na Taça de Portugal pelo meio, Fabiano viu a resolução do futuro prolongar-se para além do encerramento do mercado de transferências. O contrato com o Omónia, válido até ao final da época, só chegou em outubro, depois de resolvida uma questão particular.
Só definiu o passo a dar na carreira depois do mercado fechar. O que motivou esta demora?
-Durante o período em que o mercado esteve aberto surgiram algumas oportunidades, mas, nessa altura, tive de lidar com uma questão particular. Acabei por recusar algumas ofertas e, por causa dessa questão, fui obrigado a recusar outras. A decisão foi-se prolongando no tempo e o mercado acabou por fechar. Mas continuei sempre a treinar em Portugal até surgir esta oportunidade, aqui no Chipre. Como a minha situação estava mais tranquila, achei que seria um bom desafio.
Como tem sido essa primeira experiência no país?
- Tem sido interessante. O projeto que o Omónia me apresentou foi do meu agrado e, graças a Deus, tem corrido tudo bem.
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