"Quando jogava no FC Porto, fui apanha-bolas e fascinava-me ver Gaitán"
Nuno Lima, central do Paços de Ferreira, foi apanha-bolas no FC Porto, mas diz, em entrevista a O JOGO, que nessa altura, ainda que estrela do rival, Gaitán já o fascinava.
Foi apanha-bolas no FC Porto, mas diz que nessa altura, ainda que estrela do rival, Gaitán já o fascinava.
É uma honra partilhar o balneário com um jogador com o currículo de Gaitán?
-Quando era miúdo e jogava no FC Porto, fui apanha-bolas e fascinava-me vê-lo jogar. Claro que é uma honra partilhar o balneário com ele. Ainda tem a magia de sempre. É fantástico, super-humilde, dá muitos conselhos aos mais jovens e ajuda toda a gente.
Como é que o define?
-Mágico. Faz coisas incríveis, que muitos jogadores não têm capacidade para fazer e desbloqueia situações impensáveis.
É um dos melhores jogadores do campeonato?
-Sem dúvida. Agora está num patamar diferente, no Paços. E continua a ser um dos melhores jogadores do nosso campeonato.
Qual é a influência no grupo de jogadores experientes como ele, o Luiz Carlos ou o Antunes?
-Também temos o Marafona e o Maracás. São referências para nós, os mais novos. São líderes, dentro e fora do campo. Ajudam-nos a perceber o que fizemos de melhor e de pior e têm um peso muito importante no grupo. São eles que contrabalançam a nossa irreverência, mantêm o controlo do jogo quando estamos a perder e ajudam a serenar.
Parece que se sente mais seguro ao lado de Maracás. O regresso dele, em janeiro, foi importante?
-Não sou eu que me sinto mais seguro. É a equipa. O Erick [Ferigra] e o Ganchas também são bons centrais, mas o Maracás tem muita experiência e transmite isso à equipa. Com a chegada dele, ficámos com maior tranquilidade a nível defensivo. Aliás, todos os reforços do mercado de janeiro vieram acrescentar muito.
"Deram-nos como mortos, mas..."
O jovem central tem fé que a permanência será atingida após uma recuperação incrível desde a 15.ª jornada.
Qual foi a principal razão para recuperarem após um mau arranque?
-Houve um conjunto de fatores que nos levou a ter um mau arranque. Não é pela qualidade da equipa, porque temos muita. Após o regresso do míster César, temos pontuado e a jogado bem. Estávamos num ciclo muito difícil de sair. Quando as coisas não saem como queremos, é difícil dar a volta, mas essa fase está ultrapassada e o futuro vai ser risonho para nós.
Quando regressou, César Peixoto disse que trazia coisas novas. Que diferenças sentiu?
-Após o regresso dele, a equipa conseguiu atingir a necessária regularidade e manter as boas exibições. Melhorámos muito defensivamente, éramos uma equipa que sofria alguns golos por erros nossos, alguns táticos. Acho que o míster, quando estava de fora, fez bem o estudo, percebeu onde é que estávamos a errar e trouxe as ideias novas dele, o que nos ajudou muito.
E que ideias novas são essas?
-Somos uma equipa muito mais coesa, que quer dominar e assumir o controlo do jogo, sem medo de errar. O trabalho que ele tem desenvolvido no Paços tem sido fantástico, por isso, não foi uma surpresa para nós, porque sabíamos que bastava um clique.
Para quem já tinha sido dado como "morto", estão confiantes em garantir a permanência?
-Aqui, sempre estivemos vivos! Deram-nos como mortos, mas ainda estamos vivos. A vitória em Vila do Conde ajudou a ultrapassar o bloqueio mental que tínhamos em relação ao jogos. Temos nove finais para disputar e estamos plenamente confiantes de que vamos atingir o objetivo.
Alguma vez sentiram que a época estava perdida quando estavam no último lugar, sem vitórias ao fim de 15 jornadas?
-Nunca sentimos isso. Falávamos no balneário que, da maneira que jogávamos, era difícil perceber como é que estávamos em último lugar e, por isso, acreditámos sempre que íamos dar a volta.
Garantir a permanência será um milagre?
-Não lhe chamaria milagre. As palavras de ordem são trabalhar e acreditar. Por isso, será mais o resultado de um esforço enorme e de muito trabalho. A situação não estava, nem está, fácil e, como vamos conseguir o objetivo, acho que é mérito nosso.