São quatro meses para fazer dez jogos. Boa vontade dos jogadores é parte importante na resolução do problema. Cuidado com as transferências
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Federação, Liga e Clubes profissionais querem completar a I Liga até ao dia 31 de julho. São quatro meses para cumprir dez jornadas de campeonato e um prévio período de preparação que não chegou a ser estabelecido na reunião desta quarta-feira, presidida por Fernando Gomes. A data de 31 de julho não é uma mera previsão. Foi a UEFA, que também reuniu este dia, a estabelecer o dia 3 de agosto como data limite para as Ligas nacionais - até ao 15º lugar do ranking - apresentarem as equipas que participam nas edições de Liga dos Campeões e Liga Europa em 2020/21. As ligas abaixo desse ranking terão de comunicar os participantes até 22 de julho.
Nem tudo ficou absolutamente claro na reunião desta quarta-feira. Há uma parte importante do tema que está dependente do entendimento entre jogadores, associações de ligas, associações de clubes, UEFA e FIFA. A 30 de junho, haverá contratos de futebolistas a terminar, pelo que será necessário estabelecer compromissos entre estes e os clubes para que possam completar a época. Existe a convicção de que os jogadores estão a demonstrar boa vontade neste tema e que ele não será um problema. Mas pode ser um problema a janela de transferências, que estará aberta durante as datas que estão a ser agora equacionadas. Nesse caso, se a FIFA não tomar medidas preventivas (como fechar a janela), poderá haver clubes a reforçar-se para o que falta da competição. Até sexta-feira, haverá nova reunião nas instâncias internacionais para tentar harmonizar a janela de transferências à realidade do mercado.
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Do mesmo modo, está a ser feito um apelo aos sindicatos de jogadores, FIFPro e FIFPro Europa, bem como à associação europeia de ligas e à associação europeia de clubes profissionais, para que seja feita uma recomendação global que prolongue todos os contratos até aos respetivos fechos dos campeonatos, que serão previsivelmente diferentes em vários países.
Foi ainda enfatizada a importância de concluir as jornadas para garantir que não há um declarado incumprimento de contratos com operadores televisivos e patrocinadores, eventualidade que agravaria muito o problema do futebol profissional. Também se sublinhou a necessidade de concluir até finais de julho a Liga dos Campeões e a Liga Europa, cuja receitas já fazem chegar percentagens relevantes aos clubes da II Liga portuguesa, por exemplo.
Garantida está a realização da Supertaça europeia, prevista para o Estádio do Dragão a 12 de agosto. Nessa data ou numa posterior, o encontro será disputado, dependendo sempre do que suceder nos calendários internos do futebol profissional, considerados prioritários. Pode acontecer, mediante as datas em que forem concluídos, que a fase de grupos da próxima Liga dos Campeões tenha de ser empurrada para outubro.