João Pedro Sousa revela "conversa muito séria" após a goleada: "Temos bons ordenados..."
Na antevisão da viagem, curta, à Trofa, onde este sábado, defronta o Trofense, da Liga SABSEG, para a terceira eliminatória da Taça de Portugal, João Pedro Sousa, treinador do Famalicão, contou o que disse aos jogadores após a goleada sofrida em Arouca.
Análise sobre a equipa orientada por Bruno China: "Seguramente que vamos encontrar dificuldades. O passado recente comprova que as equipas da II Liga são muito competitivas, temos exemplos dos play-off, da promoção e despromoção, quem saiu vencedor foram sempre equipas da II Liga, com grandes valores individuais. Vamos encontrar uma equipa bem organizada, com qualidade individual e coletiva, um campo difícil, o adversário sabe jogar com esse pormenor do jogo. Não podemos cair no erro de pensar que vamos defrontar uma equipa da II Liga. Temos que pensar que vamos disputar uma competição muito importante para nós, em que o clube tem história nesta competição, queremos ir mais longe e pretendemos dar uma resposta firme em relação ao último jogo."
Alterações em relação ao jogo de Arouca (derrota por 4-1): "Os 20 jogadores que vão ser chamados serão os que me dão as melhores garantias para este jogo."
Puxão de orelhas depois da goleada sofrida em Arouca? "Houve uma conversa muito séria e todos percebermos que no Famalicão a base de tudo está no trabalho. Somos todos profissionais, mas todos temos uma responsabilidade acrescida. Temos as melhores condições de trabalho, tudo o que está ao alcance da administração é posto ao serviço da equipa técnica e dos jogadores, não podemos esconder que temos bons ordenados, trabalhámos uma parte do dia outra podemos descansar, somos privilegiados e a única exigência que nós temos da administração e dos adeptos e da cidade é lutar e trabalhar. Não é para ganhar os jogos todos, não nos exigem ganhar os jogos todos. Temos uma administração realista, adeptos e uma cidade que percebem o fenómeno do futebol, não nos exigem ganhar os jogos todos, mas temos que ter a consciência todos os dias da semana, não é só no dia dos jogos e foi isso que transmiti aos jogadores. Temos de dar o máximo todos os dias da semana. Somos bem pagos, temos tempo para trabalhar, uma grande parte do dia para descansar e tempo para dar respostas de seriedade e de luta na competição. Temos de competir de outra forma. Enquanto cá estiver é isto que prometo aos adeptos do Famalicão: jogadores e treinador com esta determinação e com este sentimento. Temos uma responsabilidade muito grande. Temos gente a trabalhar connosco que depende dos resultados, porque os jogadores e o treinador são a mola deste clube, há pessoas que dependem muito do que estamos a fazer, que não ganham o que ganha o treinador ou os jogadores do Famalicão. É nossa obrigação dar resposta de trabalho à semana e na competição."
À procura de equilíbrio depois de vencer o Boavista por 4-0 e perder em Arouca por 4-1: "Vamos perceber se somos o Famalicão do Boavista ou do Arouca. Estou convencido e tenho a certeza que sei a resposta. É muito fácil falar, mas é lá dentro que temos de mostrar. A nossa obrigação não é prometer trabalho, é nossa obrigação trabalhar, é mostrar lá dentro. Tenho a certeza qual será o Famalicão e que vamos comprovar que a nossa realidade é aquele jogo com o Boavista."
Com 52 jogos na I Liga como treinador do Famalicão bateu o recorde de Abel Braga: "Preocupo-me muito com o presente e com o que pode vir a acontecer que o passado fica para trás. Os recordes que fomos batendo ficaram, seguramente, ligados aos jogadores. Gosto que se lembrem dos jogadores. Esses recordes dizem-me pouco, mas é um orgulho estar ligado à história do Famalicão seja que feito for, mas mando um abraço ao Abel Braga, um nome histórico que fica gravado a letras de ouro no clube."
Sonho da final: "No contexto atual chegar à final e vencer é um sonho e uma ambição, mas temos de perceber a nossa realidade no momento, porque a Taça só termina em maio, porque temos de pensar no que pode acontecer amanhã, ajuda-nos a sonhar este jogo, mas se não estivermos totalmente concentrados neste desafio podemos falhar. A responsabilidade é muito grande e o que nos preocupa agora é o jogo com o Trofense."