Salvador e a centralização dos direitos televisivos: "É importante para todo o futebol português"

António Salvador, presidente do Braga
Paulo Jorge Magalhães/Global Imagens
Presidente do Braga, em entrevista à "Marca", afirma que os três grandes são protegidos e lembra o campeonato perdido em 2010
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António Salvador prestou uma longa entrevista à "Marca", jornal espanhol a quem lembra desigualdades várias e críticas à proteção dos três grandes: "Esta é a parte positiva da desigualdade, de termos conseguido fazer muito com menos do que os outros têm. É evidente que existe um sentimento permanente de injustiça quando vejo as diferenças que existem na distribuição do dinheiro proveniente dos direitos televisivos, um fosso que continua a crescer. Temos de avançar rapidamente para a centralização dos direitos e não o digo apenas pelo Braga, mas por ser importante para todo o futebol português. Se queremos ser mais competitivos a nível europeu necessitamos mitigar as diferenças de orçamento."
Lembrando que a proposta da Liga e da Federação tem "resistências" de alguns clubes, o líder do Braga vinca que "todos os clubes devem ter capacidade de formar boas equipas. Sem isto, o campeonato perde competitividade e, em consequência, interesse."
De seguida, deixou a entender que a influência de Benfica, Sporting e FC Porto é difícil de combater. "Passámos a fase da afirmação, da estabilidade e agora vamos na da consolidação total. O título é um objetivo de todos, mas sabemos que não jogamos com condições iguais. Sabemos que um dia ele vai chegar, mas sabemos que existe uma proteção dada aos três grandes. São, em regra geral, eles que vencem o campeonato e levam uma proteção, mesmo que inconsciente, dos árbitros. Se não fosse esta proteção teríamos sido campeões em 2010 [recorda o segundo lugar atrás do Benfica, na primeira época de Jesus na Luz]", termina.
