Carlos Carvalhal: "Há duas semanas estava apontado para sair do Braga e agora..."
Treinador do Braga fala da subida de rendimento da equipa nos últimos tempos e promete ir à Luz discutir o jogo com o Benfica, mesmo tendo jogadores em risco de lesão
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Momento do Benfica e abordagem ao jogo: "Cumpre-me olhar sobretudo para a equipa do Braga, que vai defrontar um adversário que tem grande capacidade, com bons jogadores e um excelente treinador, tudo isto num estádio que tem uma atmosfera difícil. O Benfica vai criar-nos dificuldades, mas o Braga vai ser ambicioso e apostar num jogo ofensivo. Vamos, como sempre, tentar desconstruir o adversário e, com isso, tentar vencer o jogo. O Benfica tem mais pontos fortes do que débeis, mas há pequenos pormenores que podem fazer a diferença."
Benfica diferente com João Mário e Yaremchuk: "Vou virar-me antes para o Braga. A minha equipa técnica analisou o Benfica, uma equipa que tem dinâmicas muito próprias e uma identidade marcada pelo seu treinador. Nós teremos de fazer um jogo com coragem, sabendo que temos menos tempo de recuperação, porque jogámos na quinta-feira, ao passo que o Benfica jogou na terça. Se o jogo fosse hoje, teríamos sete jogadores indisponíveis, de acordo com as análises feitas aos jogadores a nível muscular. Vamos ver... É um jogo de elevada dificuldade. O Braga venceu quatro dos últimos cinco jogos com o Benfica, mas também é preciso ver que em 74 jogos na Luz só houve quatro vitórias nossas, uma delas connosco."
Preparação da equipa face ao cansaço: "Não vou dizer nomes, mas uns jogadores recuperam mais depressa do que outros. Isto do cansaço são dores de crescimento devido à presença na Liga Europa. Fizemos muito para estar na Liga Europa, vencemos a Taça de Portugal... A maior dificuldade de recuperação está nas equipas que disputam a Liga Europa, porque há jogos à quinta-feira, ao contrário da Champions, com jogos à terça-feira. É uma realidade."
Força dada pelas vitórias: "A mente é muito importante, mesmo sabendo-se que o cansaço está sempre presente e que não há recuperações completas. Fisiologicamente, o cansaço está presente, mas as vitórias ajudam a descontrair. Uma equipa que ganha, descomprime o sistema nervoso central, o que faz toda a diferença. Todos os treinadores do mundo dizem que vencer é o melhor para a recuperação."
Momento de Mario González: "Volto a dizer que confio nos três pontas-de-lança e qualquer um deles pode avançar para o jogo. O Vitinha está no vermelho em termos de recuperação e teremos de analisar o momento."
Braga em crescimento: "A missão das equipas técnicas é a de reconstruir equipas. No ano passado fomos crescendo como equipa e atingimos um nível de maturidade alto. O processo é parecido este ano. Houve perda de jogadores nucleares, o início foi complicado e a desafinação foi normal. Na paragem do campeonato equilibrámos esforços e corrigimos erros que nos custavam a custar caro. Há um maior entendimento dos jogadores, embora não sejamos uma equipa perfeita, mas sim em construção. Temos capacidade para fazer mais e melhor. Temos também de olhar para a formação, perceber quem pode ser vendido e tornar o clube sustentável desse ponto de vista, tudo isto a lutar por títulos. Desta forma, a exigência sente-se em vários níveis. Uma boa prestação na Liga Europa também é boa para as finanças do clube. A nossa missão não é fácil e há muita coisa para melhorar."
Grande teste do Braga: "Tenho aprendido que o maior teste é sempre o seguinte; vivo o dia-a-dia. Há duas semanas, estava apontado para sair do Braga, toda a gente dizia isso, e neste momento o Braga está em alta. É assim a vida. Quem está há muitos anos no futebol não se perturba com estas coisas. Quem esteve em risco de vida, e tenho experiência disso devido a pessoas que me são próximas, olha para a vida um dia de cada vez. Esse é o meu estilo, desfrutar de cada dia. Se este é o grande teste do Braga? É igual ao litro."