Vítor Murta reeleito no Boavista: "Quando me candidatei não sei se foi um ato de coragem ou de loucura"

Vítor Murta reeleito no Boavista: "Quando me candidatei não sei se foi um ato de coragem ou de loucura"
Manuel Casaca

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Vítor Murta foi eleito por mais três anos como presidente do Boavista. Candidato único às eleições que decorreram no Estádio do Bessa, o líder axadrezado projetou o próximo mandato, sem deixar de analisar os últimos três anos de presidência do clube.

Sobre a recandidatura: "Estamos a viver um momento muito complexo e o meu trabalho ainda não está terminado, porque o tempo não permitiu, mas também porque vivemos uma época difícil e fomos atacados pelo covid-19, o que trouxe um enorme prejuízo ao futebol. Neste momento em que o Boavista vendeu as suas participações sociais da SAD ao Gérard Lopez, é importante que o presidente do clube seja o mesmo da SAD. É importante afinar agulhas e projetar um futuro fantástico. Foi também isso que me levou a assumir mais três anos de mandato, mas também pelo amor que tenho pelo Boavista. Sou boavisteiro desde sempre e, quando terminar este meu percurso, espero olhar para trás e ver que a minha missão está concluída, mas, para já, ainda não está"

Obra feita: "Construímos um campo relvado, onde a equipa principal treina, na parte de trás do estádio, criámos a casa do sócio, fizemos obras no lar dos nossos jovens, fizemos balneários para a formação e criámos um restaurante para os nossos atletas poderem tomarem o pequeno almoço, almoçar e jantar. Temos criados bases para mais anos de sucesso"

Candidato único: "Quando me candidatei não sei se foi um ato de coragem ou de loucura, porque quando isso aconteceu não havia Gérard Lopez. Não havia essa luz ao fundo do túnel e havia uma quantidade de dívidas brutal, como existe agora. O amor ao Boavista falou mais alto. Além disso, tenho um pequenino em casa que ama o Boavista e senti que, se não tivesse pegado no clube naquele momento, porque eu já conhecia alguns daqueles dossiês, dificilmente alguém poderia resolver os problemas. Fiz parte da direção anterior, não concordei com todas as decisões, mas achei que a minha continuidade nesse projeto era muito importante. Gostava que aparecessem muitos candidatos ao Boavista e que um deles dissesse que tem uma solução para resolver todos os problemas, porque também é agradável ver os jogos na bancada e dizer o que pensamos dos árbitros sem apanhar 45 dias de multa como eu apanho... É difícil manter este barco à tona da água, porque temos de cumprir com todas as obrigações. É fácil dizer que foi contratado o jogador a, b ou c, mas é muito difícil dizerem como vamos pagar 14 mil euros da conta da água. O Gérard Lopez não chegou aqui com um saco de dinheiro, despejou-o e disse para gastarmos como quisermos. Quem investe quer ganhar dinheiro, independentemente dele gostar do Boavista. Isto é um projeto a longo prazo"