"Vítor Fernandes não tem condições para qualquer cargo executivo no Banco de Fomento"
Partidos apontam às "ligações à Operação Cartão Vermelho" do banqueiro.
O partido Chega defendeu este domingo que o banqueiro Vítor Fernandes "não tem condições" para liderar o Banco de Fomento, lembrando as ligações a Luís Filipe Vieira e a Armando Vara e o "interesse público" desta entidade financeira.
"Face às notícias vindas a público nos últimos dias, parece evidente que Vítor Fernandes não tem condições para assegurar qualquer cargo executivo no Banco de Fomento, sobretudo tendo em conta as funções de natureza pública e de interesse público daquela organização", refere-se no comunicado do Chega.
"Para além das ligações à operação Cartão Vermelho, são notórias as conexões a Armando Vera, também elas altamente desaconselhadas", acrescenta-se no texto, que defende que o banqueiro não chegue a ocupar o cargo para o qual foi proposto pelo Executivo.
"Por tudo isto, o Chega reitera ao Governo a imperiosa necessidade de assegurar que Vítor Fernandes cessa de imediato qualquer função executiva no Banco de Fomento ou em qualquer instituição bancária, sendo esta a única forma de garantir que não assistiremos no futuro próximo a uma desestabilização ainda maior do sistema bancário e financeiro", conclui-se na nota hoje enviada às redações.
O comunicado do Chega surge no mesmo dia em que o Bloco de Esquerda (BE) criticou o Governo por nomear Vítor Fernandes para a liderança do Banco do Fomento, lembrando as alegadas ligações do responsável ao presidente suspenso do Benfica, Luís Filipe Vieira, assim como a Iniciativa Liberal, que defendeu hoje que Vítor Fernandes não tem condições para desempenhar as funções.
"Face aos desenvolvimentos das últimas semanas, a Iniciativa Liberal considera que não existem quaisquer condições para que o 'chairman' escolhido pelo Governo para o recém-criado Banco de Fomento possa desempenhar tais funções", lê-se numa nota da IL enviada à Lusa.
Luís Filipe Vieira, que entretanto se autossuspendeu do exercício dessas funções, foi um dos detidos na quarta-feira no âmbito da operação Cartão Vermelho, que investiga suspeitas de crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento de capitais.
Enquanto arguido, foram-lhe aplicadas como medidas de coação a prisão domiciliária até à prestação de uma caução de três milhões de euros, a proibição de sair do país, com a entrega do passaporte, e de contactar com os outros arguidos do processo, à exceção do filho, e ainda, entre outros, com Vítor Fernandes.