Silas, que comandou Rúben Vinagre e Ugarte no Famalicão, refere a vocação "ofensiva" do lateral e a "intensidade" do médio.
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No topo da lista de potenciais reforços para 2021/22 e vistos como futebolistas capazes de aumentar a competitividade no plantel às ordens de Jorge Jesus, Rúben Vinagre e Manuel Ugarte afirmaram-se rapidamente no Famalicão.
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Contratados em janeiro, o lateral-esquerdo, emprestado pelo Wolverhampton, e o médio, oriundo do Fénix, do Uruguai, têm sido peças importantes no clube minhoto independentemente do treinador - passaram já pelas mãos de três, João Pedro Sousa, Jorge Silas e agora Ivo Vieira -, mostrando qualidades que levaram Jorge Jesus a avalizar um ataque à dupla. Silas, que comandou os dois futebolistas durante cerca de um mês, e ao longo de seis partidas, entregou-lhes sempre a titularidade, inclusivamente diante do Benfica, em jogo disputado na Luz (derrota por 2-0) - disputaram 473" e 514", respetivamente, em 540 possíveis sob a sua orientação -, destaca a O JOGO a "margem de progressão muito grande" da dupla, considerando que esta "pode atingir um nível muito alto".
Antigo pupilo de Jorge Jesus, com quem trabalhou, Silas entende que os dois jogadores, para quem pede "paciência", podem funcionar nas ideias do técnico, assim como do Benfica. Afirmando que Rúben Vinagre "encaixa bem num clube como o Benfica, que precisa de atacar, pois é um jogador muito ofensivo e que define muito bem as jogadas", o agora treinador vê, por outro lado, Ugarte a render na perfeição no miolo das águias. "É um jogador que pode funcionar muito bem no esquema de dois médios do Benfica, é um box-to-box e tem uma intensidade muito alta, o que é preciso para quem joga com dois médios como o Benfica", refere.
Alvos na Luz para reforçar o plantel em 2021/22, os dois futebolistas são vistos pelo ex-técnico dos minhotos como "investimentos" a "médio prazo" e capazes de "meter pressão" na concorrência
O Benfica olha para Vinagre e Ugarte como dois jogadores capazes de manter a qualidade no plantel a um nível alto para compensar eventuais saídas de jogadores como Grimaldo ou Nuno Tavares, no caso do primeiro, ou de Gabriel, Samaris e Chiquinho - o meio-campo deverá sofrer uma reestruturação e Florentino pode voltar para atuar como médio-defensivo -, no caso do segundo. Silas olha para os jogadores "como um investimento", considerando que o Benfica pode avançar pelos dois de forma a "meter pressão nos que lá estão". "No sentido de: "Se não renderem, estamos aqui." São jogadores não a longo, mas a médio prazo. Se forem contratados serão para meter pressão, e depois daqui a um ou dois anos podem ser eles a agarrar o lugar. São jovens e ambos muito abertos a ouvir e a aprender", adianta.
"O Vinagre é muito, muito ofensivo. Tem capacidade física para ir à frente finalizar, onde decide muito bem no último terço, e depois recuperar. Tem características fortes, pois recupera rapidamente e bem e pode vir a ser um grande lateral", afirma Silas sobre Vinagre, sublinhando, contudo, que este "precisa de melhorar em alguns aspetos defensivos". "Deve evoluir a defender, até porque era extremo de origem. Está numa fase em que o importante é jogar e aprender com os erros cometidos", reforça, frisando ter a "certeza" de que o lateral "é jogador para o Benfica". "Já sabe o que é passar por clubes maiores e sofreu com isso, com as expectativas elevadas. Foi aprendendo a lidar com isso", diz. Vendo o internacional sub-21 português "numa etapa de crescimento como o Nuno Tavares", admite, sobre uma eventual chegada à Luz que "uma coisa será concorrer com o Grimaldo outra com o Nuno Tavares", face aos estatutos diferentes de cada um. "Tudo depende do contexto e do momento, se o Benfica começar a ganhar será mais fácil para ele", diz.
"Vejo o Ugarte como box-to-box, é muito bom técnica e fisicamente. Pode jogar melhor entre linhas e ter mais paciência"
Quanto a Ugarte, que no Uruguai é apontado até como candidato a uma presença no Mundial"2022, Silas fala de um "jogador completo". "Pode jogar como 6/8, 8/10 ou até mesmo a 10, mas vejo-o claramente como um box-to-box. Tem uma capacidade mental muito forte, e quer técnica quer fisicamente é muito bom", afirma, descrevendo-o como um atleta "muito forte nos duelos defensivos". "É muito intuitivo, recupera muitas bolas e não a perde, mas não é um jogador com a maturidade de Weigl ou de Taarabt", admite, fruto dos 19 anos do uruguaio, afirmando: "Pode ir aprendendo com eles e daqui a dois ou três anos ser até superior."
Referindo que o médio uruguaio "absorve tudo o que se lhe diz" e apontando uma "capacidade de aceleração como tem Taarabt, pois é capaz de conduzir a bola em progressão", Silas aponta as lacunas a limar no médio. "Pode jogar melhor entre linhas e ter mais paciência. Sendo um jovem, gosta de ter a bola nos pés e para algumas funções, nomeadamente para jogar mais à frente, é preciso passar mais tempo sem bola. Precisa também de evoluir no último passe, na zona de decisão", reforça o ex-técnico do Famalicão.