Extremo argentino regressa depois de ter dado resposta afirmativa a Rui Costa, com quem negociou o contrato. O campeão do mundo de 35 anos tinha em carteira ofertas superiores à que as águias lhe apresentaram, mas no seu plano de carreira estava o retorno à Luz. Deve assinar muito em breve.
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Está iminente a oficialização do regresso ao Benfica de Ángel Di María, extremo de 35 anos que despontou na Europa de águia ao peito e que, volvidos 13 anos, aceitou voltar a representar os encarnados, num acordo que abrange a próxima temporada. Nada está assinado, os últimos detalhes estão em fase de conclusão, mas O JOGO apurou que na SAD benfiquista já é encarado como concluído o processo negocial que permite a contratação do campeão do mundo pela Argentina.
A negociação com o jogador, que termina contrato com a Juventus, decorre há várias semanas e tem sido desenvolvida diretamente pelo presidente do Benfica. De facto, Rui Costa tem uma relação muito próxima com o extremo e, por isso, assumiu a pasta de o tentar trazer para a Luz, procurando convencer o jogador e também encontrar soluções para acompanhar as altas expectativas salariais que Angelito ainda mantém nesta fase final da carreira.
Aliás, segundo foi possível apurar, Di María ficou bastante sensibilizado com o interesse manifestado pelos encarnados em garantir o retorno ao clube que representou de 2007 a 2010. Em final de contrato, o extremo e a família davam mesmo prioridade à continuidade na Europa e o apelo do Benfica foi suficiente para deixar em segundo plano as ofertas que o compatriota de Otamendi recebeu da Arábia Saudita e também dos Estados Unidos da América, para onde se transferiu Messi (para o Inter Miami), com quem mantém uma relação muito próxima.
Di María vai participar no jogo de despedida de Riquelme, domingo, em Buenos Aires, sendo possível que assine antes, até amanhã, para voltar a tempo ao seu país.
Com o carimbo de Rui Costa
Contratação de Angelito foi tentada antes do início da época agora finda, mas o jogador acabou por assinar pela Juventus. "O Benfica é tudo para mim", afirmou o argentino, em pleno Mundial, em novembro.
Di María queria prosseguir a carreira na Europa e, aliado a essa expectativa, tinha Lisboa no topo dos destinos onde se sente mais confortável. Depois, entrou em cena Rui Costa, atual presidente do Benfica, mas há muitos anos amigo pessoal de El Fideo, uma das alcunhas do astro argentino. Ambos partilharam balneário em 2007/08, quando um chegou e o outro encerrou a sua carreira de futebolista - Angelito fez mesmo a assistência para o último golo do "maestro" pelas águias num jogo frente ao Sporting -, tendo mantido a ligação ao longo dos anos.
Nesse sentido, Rui Costa assumiu diretamente a pasta da contratação de Di María, jogador que já tinha sondado no início da temporada agora finda, quando assinou, a custo zero, pela Juventus. "O meu amigo Rui Costa tentou sondar a minha vontade de voltar ao Benfica, mas foi apenas com a Juventus que iniciei negociações", assumiu o argentino a 11 de julho de 2022, quando foi apresentado em Turim. Passados alguns meses, demonstrou a ligação afetiva que tem com o emblema da águia. Em pleno Mundial do Catar, após um jogo com o México, foi claro: "O Benfica é tudo para mim". Antes, em 2020, destacou a importância do "grande passo" que deu ao ingressar nos encarnados. "Vir para a Europa e para um clube grande como o Benfica deu-me tudo", disse à UEFA.
De referir que também Otamendi teve grande peso na decisão final de Di María. Com a renovação, o capitão manteve-se na Luz e os laços de amizade que os une há muitos anos, na seleção e fora dela. Ainda agora foram de férias juntos, em família, e com a companhia de... Messi.
Movimentou 180 milhões de euros
Di María está a apenas uma semana de deixar efetivamente a Juventus e voltar a estar livre de contrato, ele que já movimentou quase 180 milhões de euros em transferências ao longo da carreira. O extremo foi contratado pelo Benfica ao Rosário Central por cerca de oito milhões em 2007/08, tendo rendido às águias, entre valor fixo e variáveis alcançados, 33 milhões na ida para o Real Madrid, que o vendeu ao Manchester United por 75 milhões. Dos red devils saltou para o PSG por 63 milhões, de onde saiu a zero para o emblema de Turim.