"O mercado, por vezes, é uma dor de cabeça para os treinadores e jogadores"

"O mercado, por vezes, é uma dor de cabeça para os treinadores e jogadores"

Declarações de Armando Evangelista, treinador do Arouca, na antevisão do jogo com o Benfica, esta terça-feira, às 21h15, no Estádio Municipal de Arouca.

Fator casa como arma: "Sim, eu acredito que o fator casa nos poderá, e a jogar perante os nossos adeptos, ajudar naquilo que vão ser as dificuldades criadas pelo Benfica. É óbvio que por jogarmos em casa as diferenças existentes entre estas duas equipas não vão desaparecer, é óbvio que não, embora nós queremos fazer a nossa casa e, sentimo-nos mais confortáveis temos referências que não temos quando jogamos fora e espero que o resultado que possa atender para aquilo que são as nossas ambições."

Efeito dos jogos com grandes: "Da forma que estes jogadores hoje em dia olham para os adversários, da forma que olham para a competição e, acima de tudo, acreditam mais naquilo que fazem, acreditam mais nas suas qualidades, até porque o trajeto que estamos a fazer e o trajeto que fizemos até agora é demonstrativo disso mesmo. Porque dá-me uma sensação de que a equipa está mais confiante os jogadores estão mais confiantes nas suas capacidades. Eu acredito que isso poderá ser, à frente, benéfico para as dificuldades que vamos encontrar; agora, isso também não é sinónimo de conquistar pontos, nem é sinónimo de ganhar jogos consecutivos. É sinónimo, sim, da equipa estar competitiva, dos jogadores acreditarem cada vez mais naquilo que são capazes de fazer em função do adversário. Acho que eles têm noção que podem equilibrar forças, é óbvio que essas forças serão equilibradas de uma forma coletiva, porque em termos individuais sabemos as dificuldades e o que o que temos do outro lado, mas eles acreditam cada vez mais que, de uma forma coletiva, são capazes de conseguir e conquistar coisas que nem eles se calhar antes deste período acreditariam."

Fatura do jogo da Taça da Liga: "É óbvio que nós estamos aqui numa sequência de jogos em que o nosso microciclo tem sido, nos últimos tempos, diferente daquele que estávamos habituados. Porque temos tido jogos muito próximos uns dos outros, são tempos de recuperação mais curtos com tempos de preparação de jogos mais curtos. Esta fase vai terminar com o próximo jogo em Barcelos, isso sim poderá causar alguma mossa. Mas eles têm dado uma resposta fantástica e quanto a isso não nos podemos queixar, porque a resposta tem sido exemplar e a prova disso são os resultados e as exibições que temos feito, porque se perdemos com Sporting, na final four, acho que a imagem que deixamos, face às dificuldades do jogo, não envergonha ninguém, acho que, pelo contrário, prestigia o que o Arouca tem vindo a fazer. Por isso, cada jogo é um jogo, este vai ter outra história é óbvio que gostaríamos de ter mais tempo de recuperação e de preparação dos jogos, mas acho que a resposta dos jogadores tem sido fantástica em relação a este número de jogos que temos tido e do grau de dificuldade que eles têm acarretado."

O que espera do Benfica e dos reforços, sobretudo Gonçalo Guedes? "A forma de jogar do Benfica não altera em função dos jogadores que chegaram e possam jogar, tem uma forma de jogar que está bem patente, é uma equipa que dá muita largura ao seu jogo, é uma equipa que explora muito bem os movimentos em profundidade, e é uma equipa com uma presença muito forte na área, tem um jogo de corredores muito forte, muita velocidade, para além das capacidades técnicas dos seus jogadores. A nossa estratégia passa por isso mesmo, poder anular essa largura, poder anular o ataque à profundidade e dos movimentos curtos que são fortíssimos e explorar pelas laterais e poder discutir poder criar os problemas que pretendemos criar."

Arouca dá-se mal com a intensidade dos grandes a abrir: "Esse aspeto é daquelas situações... e as nossas entradas num ou outro jogo, é verdade que temos sofrido cedo e tem-nos custado caro isso. Mas é algo que temos vindo a trabalhar, porque isso é uma questão de concentração, é uma questão de foco, porque o jogo vale o mesmo no primeiro e último minuto e parece-me que aqui não é uma questão estratégica, mas é uma questão de concentração, de foco logo a partir do primeiro minuto. Por isso, não há muito em termos estratégicos para aguentar isso, há, sim, que apelar e trabalhar aquilo que são os nossos primeiros minutos, provavelmente correr menos riscos nos primeiros minutos, entrar no jogo rapidamente, é isso que estamos a procurar fazer. Não por ser o Benfica, mas sabemos disso e estamos precavidos para isso e esperamos, e com o trabalho também, melhorar esse aspeto."

Chegada de Lawal: "Chegou porque nós perdemos o Bukia, um jogador de corredor, era importante colmatar e o Lawal chegou com essa expectativa de poder equilibrar a equipas nesse sentido. É um jogador que nunca jogou em Portugal, esperamos que a sua adaptação e integração seja rápida e nos possa ajudar. Mercado? Até ao dia de amanhã tudo é possível, há sempre aqui o sentimento de poder perder e poder trazer. São coisas que o treinador não controla. Não esperava perder o Bukia e perdemos o Bukia. O mercado, por vezes, é uma dor de cabeça para os treinadores e jogadores, é uma gestão de expectativas... sabemos que há sempre surpresas."